postado em 07/12/2009 08:47
O comando nacional do PT terá que entrar em campo para acalmar os ânimos no partido em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel voltaram a se enfrentar ontem, na segunda batalha de uma série de três, para a indicação do candidato do PT ao governo de Minas. O segundo turno do Processo de Eleição Direta (PED) para a presidência estadual da legenda foi uma disputa entre o deputado federal Reginaldo Lopes e o secretário nacional de comunicação, Gleber Naime. No Rio, a disputa entre Lourival Casula e o deputado federal Luiz Sérgio coloca em xeque a candidatura própria, defendida pelo prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, e o apoio à reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB), preferência do Palácio do Planalto e do presidente nacional do partido, Ricardo Berzoini.Em que pese o fato de o novo presidente do PT, José Eduardo Dutra, ser o responsável pela condução das negociações para alianças, a mais importante delas com o PMDB, o resultado das eleições internas em Minas não será substituto para as prévias entre Pimentel e Patrus. ;Sempre dissociei os dois processos. Um é interno, o outro, é externo e envolve o debate também com a sociedade, com as forças políticas e sociais que nos apoiam, assim como supõe ampliar a interlocução com os partidos que estão na base de Lula;, disse Patrus. Em que pese Fernando Pimentel ter defendido a tese de que o resultado das eleições internas seria substituto para as prévias, ontem, ao ser indagado se manteria a pré-candidatura independentemente do resultado, o ex-prefeito de Belo Horizonte afirmou: ;Claro que manterei. Propus um acordo, mas não aceitaram;.
O desafio do novo presidente será unir a legenda na disputa ao Palácio da Liberdade em 2010. Não é uma tarefa fácil, dada a troca de farpas entre os lados. A campanha de Reginaldo Lopes acusou Gleber Naime de ser ;desagregador;. O coordenador e deputado federal Virgílio Guimarães não poupou o adversário: ;Ele é o bate-estaca da desagregação. No PT nacional, todo mundo sabe disso;. Gleber Naime rebateu: ;É o contrário. Nossa candidatura agregou todas as tendências do PT. Mas é verdade que eu não agrego teses de aliança com o PSDB, partido que vai polarizar as eleições presidenciais com o PT;.
Rio de Janeiro
Apesar da disputa acirrada no Rio de Janeiro entre Lourival Casula e o deputado federal Luiz Sérgio, o quorum de votação no segundo turno caiu bastante. As duas campanhas estimaram ontem que cerca de 25 mil filiados foram votar, bem menos que os 38 mil do primeiro turno. A justificativa para a baixa mobilização seria principalmente a última rodada do Campeonato Brasileiro, vencido pelo Flamengo, e o segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O resultado oficial só deve sair hoje.
Nas apurações paralelas divulgadas no início da noite, os dois candidatos confiavam na vitória. Com receio de perder para a tese da candidatura própria do partido na eleição estadual do ano que vem, o deputado federal Luiz Sérgio, apoiado pelo presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, recuou na defesa intransigente do apoio à reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB) e garantiu que todas as instâncias da legenda serão ouvidas. Já Casula mantém o apoio a pré-candidatura ao governo do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias.
A executiva nacional do PT se reúne hoje para avaliar o resultado. A reeleição de Sérgio Cabral continua prioridade no partido, apesar de já ser admitida a possibilidade de haver três palanques no Rio: um com Cabral, outro com Casula e um terceiro com o ex-governador Anthony Garotinho (PR).
Dilma
O futuro presidente terá outros desafios. O principal deles: alinhavar com o PMDB uma solução para a chapa majoritária. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, é candidato ao governo de Minas. Em que pese o PT mineiro ter dois pré-candidatos, é orientação do PT nacional a conversa com o PMDB nos estados, já que no plano federal, petistas buscam atrair peemedebistas para a chapa de Dilma Rousseff.