postado em 08/12/2009 08:09
Os brasileiros demonstram certa insatisfação com as políticas adotadas pelo governo nas áreas de segurança, saúde, educação e combate à pobreza. Mesmo assim, seguem em alta os números que medem a popularidade do presidente Lula e a avaliação geral do Executivo nacional. Foi o que mostrou a pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) divulgada ontem. De acordo com os dados, 72% dos entrevistados acham o governo bom ou ótimo e 83% aprovam a maneira como o presidente dirige o país. Em comparação ao levantamento de setembro, há aumento de 3% e 2%, respectivamente (veja gráficos).
A variação dos números que medem o desempenho pessoal do presidente Lula nos últimos três meses caminhou na contramão do índice de aprovação de áreas isoladas. No combate à fome e à pobreza, o percentual de brasileiros favoráveis à atuação governista caiu de 68% para 60%, enquanto a desaprovação subiu de 30% para 37%. A segurança pública é a pior na avaliação dos entrevistados, com 59% de desaprovação. Em setembro, 42% apoiavam as decisões governistas para o setor. Em novembro, 38%.
A comparação mostra queda também nas áreas de educação e saúde. A primeira passou da aprovação de 59% dos entrevistados para 54%. A segunda, por sua vez, caiu de 44% para 41%. "Para nós, governistas, esses números não preocupam. Até porque alguns fatos aconteceram que podem justificar essa queda, como a violência no Rio, apagão e o vazamento das provas do Enem. O que avaliamos nisso é o patamar de aprovação do presidente Lula. Ele é maior do que as políticas governistas e sua imagem não sofre interferências. Isso ajuda muito aos planos de eleger a ministra Dilma Rousseff para a presidência", avalia o líder do PT na Câmara, Cândido Vacarezza (SP).
Serra em alta
Apesar do otimismo dos integrantes da base governista com a possibilidade de os índices de aprovação de Lula serem transferidos para a candidata do governo, o tucano José Serra é quem tem mais a comemorar. De acordo com os dados divulgados na pesquisa, o governador de São Paulo teria chances de vencer a disputa presidencial em primeiro turno, num embate com a ministra Dilma, o deputado federal Ciro Gomes (PSB) e a senadora Marina Silva (PV). Segundo o levantamento, Serra teria 38% das intenções de voto, enquanto os três adversários somados alcançariam 36%. O cenário, contudo, mostra crescimento de Dilma. Ela aparece com 17% das intenções de voto e ultrapassa Ciro, que agora tem 13%. Na última sondagem, Dilma tinha 15% e Ciro, 17%.
A cúpula tucana prefere a cautela nos comentários. Até porque o PSDB conta com outra possibilidade, que é lançar uma chapa encabeçada pelo governador mineiro Aécio Neves. Na próxima sexta-feira, o assunto será discutido entre os dois pré-candidatos e o senador Sérgio Guerra (PE), que preside a legenda.
Crença no futuro
Um brasileiro otimista com as perspectivas para o ano de 2010 e que avalia positivamente o cenário econômico vivido pelo país. Esse é o perfil traçado pela pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o levantamento, 92% apostam que o próximo ano será "muito bom" ou "bom".
Parte da expectativa positiva é atribuída pelos pesquisadores à esperança em relação aos aspectos econômicos do país e à própria realidade financeira. De acordo com a pesquisa, de setembro a novembro o percentual de brasileiros que acredita no aumento da renda familiar nos próximos seis meses passou de 38% para 48%. O diretor de Operações da CNI, Rafael Luchesi, explica que essa marca representa a maior já registrada pelas pesquisas CNI/Ibope, quando o tema abordado foi a expectativa de melhoria da renda pessoal.
Desemprego
O otimismo dos brasileiros também é demonstrado quando o assunto é desemprego. Nos últimos três meses, o número de pessoas que acreditava que o país sofreria redução de vagas no mercado de trabalho caiu de 68% para 40%. A pesquisa encomendada pela CNI é realizada trimestralmente. Os dados divulgados ontem tiveram como base um levantamento realizado entre 26 e 30 de novembro, com 2.002 entrevistas em 143 municípios brasileiros. A margem de erro é de 2%. (IT)