postado em 14/12/2009 09:15
O ano pré-eleitoral não foi suficiente para inflar a maioria dos principais partidos, mas pelo menos três têm motivo para comemorar. Lista atualizada das filiações disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que PV, PSB e PT, respectivamente, ampliaram seus quadros em relação à contabilização válida para as últimas eleições presidenciais, em 2006, enquanto PMDB e PSDB se mantiveram estáveis. Foi dos verdes o melhor desempenho, mas os peemedebistas continuam sendo os mais numerosos do Brasil.
O PV, que filiou a senadora e pré-candidata a presidente Marina Silva, tem agora 259.794 filiados. Em novembro de 2005, quando foi fechada a lista válida para o pleito de 2006, tinha 181.673, um aumento de 43%. O crescimento já vinha ocorrendo nos anos seguintes, chegando em 2007 a pouco mais de 219 mil filiados. Entre os grandes partidos, o PT foi o segundo que mais cresceu. Dos 1.054.671 eleitores filiados, passou a 1.249.211, 18,4% a mais. O partido ultrapassou o PSDB em número de filiações, se compararmos os números com 2005.
Já os tucanos ficaram praticamente estáveis, enquanto viam os petistas se multiplicar. Conforme listagem de outubro deste ano, o PSDB tem hoje 1.166.051 filiados. Em 2005, eram 1.101.759 e em 2007 1.142.588. Já o PSB, que também tem como pré-candidato à Presidência o deputado federal Ciro Gomes, ampliou seus quadros em 28,6%, passando de 340.121 para 437.419 filiados.
O PMDB, maior partido do Brasil em número de adeptos, se manteve com cerca de 2 milhões de filiações. Depois de perder pouco mais de 14 mil em seus quadros em outubro de 2007, voltou aos parâmetros válidos para a última eleição presidencial, ficando atualmente com 2.044.629 eleitores filiados. Já o DEM, antigo PFL, perdeu cerca de 4% dos seus filiados, ficando este ano com 992.486.
Os dirigentes dos partidos atribuíram o crescimento da militância às movimentações pré-eleitorais e disseram não ter feito trabalhos específicos para captar adeptos. No PV, a onda verde com a filiação e a possível candidatura na sucessão presidencial de Marina Silva foram um dos motivos apontados pelo presidente do partido, José Luiz Penna, para o crescimento. "Trabalhamos muito no sentido de criar possibilidades de receber as pessoas, por outro lado a sociedade começou a entender melhor a necessidade de um partido como o PV no jogo político brasileiro e mundial. Essas duas questões levaram a esse crescimento que não pode parar", afirmou. O dirigente acredita que fatores externos como a ampliação dos debates ambientais e sobre sustentabilidade também tenham ajudado.
O secretário-geral do PSB, senador Renato Casagrande, afirma que houve um recadastramento de filiados no partido, que tem investido em novas adesões e quer ampliar sua participação política. "Incentivamos muito o partido a fazer filiações para poder viabilizar as candidaturas. Paralelamente a isso, temos feito um trabalho de formação política", disse. Segundo Casagrande, o partido também tem crescido em número de eleitos e o objetivo é ampliar a bancada federal. "A expectativa de candidatura própria também ajuda", disse.
Fraco desempenho
Já o PT, apesar de ter aumentado as filiações, poderia ter um desempenho melhor, na visão do secretário nacional de organização, Paulo Frateschi. "Crescemos pouco para um partido que está com aceitação e com quase 30% da preferência popular nas pesquisas", disse. A dificuldade para o ingresso foi apontada por Frateschi como fator para frear as filiações. Conforme o secretário, são muitas as formalidades como fazer curso, aceitar o estatuto e participar de plenárias de adesão. Sobre o crescimento da legenda, ele afirma que a aceitação do governo Lula contribuiu e lembra que houve desfiliações no período. O partido fez um recadastramento e excluiu casos como dupla filiação e pessoas que já não participavam do PT. Apesar de considerar baixo o aumento, Frateschi afirma que o partido já tem mais filiados que os constantes do TSE, passando a 1,354 milhão de integrantes.