postado em 15/12/2009 09:13
O governador Aécio Neves (PSDB) mandou ontem um recado ao seu partido: é perda de tempo deixar a escolha do candidato à Presidência para março, como quer seu oponente na disputa interna, o governador de São Paulo, José Serra. Esticando a corda por pouco mais de três meses, a legenda pode perder aliados importantes que hoje ocupam a base de sustentação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para o mineiro, os tucanos devem sair da ;comodidade; e buscar novos aliados, pois os atuais não serão suficientes para vencer o pleito.;Acho que o PSDB deveria sair da comodidade de uma aliança com o Democratas e o PPS, que é importante, mas talvez não seja suficiente para vencer as eleições;, afirmou no Rio de Janeiro, onde visitou a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Nesse sentido, o tucano defendeu a convergência com outros partidos e se colocou como ;fato novo; que pode devolver ao partido o Palácio do Planalto.
A estratégia de antecipar a escolha do partido é justamente para valorizar o principal trunfo de Aécio na briga interna da legenda, o fato de ele atrair aliados que o paulista José Serra não teria condições de agregar. Inclui-se aí o presidenciável do PSB, deputado federal Ciro Gomes. Por mais de uma vez o socialista chegou a dizer que abriria mão de entrar na corrida pela Presidência em favor do amigo mineiro. ;Se o partido optar por aguardar um tempo maior, acho que [SAIBAMAIS]os ativos que eu poderia agregar à nossa candidatura já terão buscado outras alianças. Então, a partir de janeiro devo tomar minha decisão;, disse Aécio.
Para o governador mineiro, além das alianças no plano nacional, o atraso atrapalha as decisões nos estados. ;Os palanques regionais demandariam uma ação mais forte e objetiva do eventual candidato à Presidência da República. Vejo que, de janeiro a março, estaríamos perdendo algum tempo, exatamente para a construção desses palanques regionais e até mesmo para a afirmação da nossa proposta;, disse.