postado em 16/12/2009 15:46
O oficial de inteligência Wilson Roberto Trezza tomou posse hoje (16), em Brasília, como diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Trezza ocupava o cargo interinamente desde setembro do ano passado, quando o então diretor Paulo Lacerda foi afastado da função, por suspeitas de participação ilegal da Abin na Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Ao tomar posse, o novo diretor lembrou a crise pela qual a Abin passou, classificando-a como um momento que ajudou no crescimento da instituição. Segundo ele, isso ocorreu a partir do entendimento do Ministério Público de que não houve ilegalidade na atuação dos agentes, durante a operação da PF. Trezza reconheceu as dificuldades enfrentadas pelaAbin com a crise, mas afirmou que também houve ;significativas e estimulantes vitórias;, e citou as reestruturações administrativa e de carreira da instituição, além da ampliação do quadro de servidores do órgão.
;Nesse período, a agência viu-se em uma crise externamente gerada, que por meses magnetizou a opinião pública brasileira, lançando dúvidas quanto à lisura dos procedimentos atribuídos aos nossos oficiais de inteligência. Esse episódio nos infringiu sérias perdas, como a exoneração do diretor-geral e de outros dois integrantes da alta direção da casa, além da inapropriada exposição pública do órgão de inteligência do Estado brasileiro;, disse.
Trezza afirmou ainda que a Abin não teme o controle externo e defendeu a ampliação do diálogo com setores estratégicos do governo, como forma de tornar a instituição reconhecida pelo governo e pela sociedade como agência de inteligência, sem que isso constitua privilégios para o órgão ou risco para a sociedade.
;O efetivo exercício do controle externo exercido pelo Congresso Nacional não é motivo de receio pelos profissionais de inteligência, mas é por eles aguardado com expectativa, na medida em que favorecerá a tão esperada relação de confiança que tornará a atividade melhor aceita e credora de credibilidade da sociedade brasileira;, afirmou.
O diretor-geral também anunciou que a nova gestão priorizará a ;produção de conhecimento de inteligência de alto valor estratégico;, dentro das proposições da Política Nacional de Inteligência.