Politica

Aécio reforça a vontade de concorrer ao Senado

Governador mineiro afasta, ao menos por enquanto, a possibilidade de ser vice na chapa com Serra e dá início a périplo pelo estado para tentar fazer o seu sucessor

postado em 06/01/2010 08:15
Os tucanos e aliados do PSDB que ainda contavam com o governador Aécio Neves como opção, caso o governador paulista José Serra prefira concorrer à reeleição em vez de se lançar na corrida presidencial, terão que pensar em outro plano B. O governador mineiro afirmou ontem que sua decisão de não disputar a Presidência da República é definitiva e que seu destino é concorrer ao Senado, dando com isso suporte à candidatura do seu atual vice, Antonio Augusto Anastasia, ao governo de Minas Gerais. Aécio também não cogita a possibilidade de ser vice em uma eventual chapa puro-sangue do PSDB.

Sobre a decisão de retirar a pré-candidatura ao Palácio do Planalto, anunciada pouco antes do Natal, foi taxativo. ;É definitiva e estou entusiasmado com as questões de Minas Gerais. A elas me dedicarei a partir de agora;, afirmou. O governador disse que será pré-candidato ao Senado, trabalho pelo qual começa a se dedicar este mês. Em janeiro e fevereiro, Aécio percorrerá municípios mineiros para uma série de inaugurações e visitas a obras. ;Isso sempre que possível na companhia do vice-governador Antonio Anastasia, até porque ele terá a responsabilidade de, a partir de abril, dar andamento a todos esses investimentos;, adiantou.

O governador disputava a indicação do partido para concorrer à Presidência com o colega paulista, José Serra, que até agora evita se colocar como pré-candidato(1). Aécio saiu de cena alegando que o prazo para conseguir novos aliados para a chapa tucana se esgotou. Serra vem defendendo que o partido só tome uma posição em março. Embora diga que a condução do processo cabe ao partido e que depois de retirar seu nome da disputa interna não lhe cabe fazer cobranças, Aécio indicou que o PSDB acabará sendo forçado a definir a candidatura. ;Vai ficar naturalmente clara a necessidade de termos um candidato. Isso pode ocorrer nas próximas semanas, no próximo mês. É uma decisão que o partido terá que tomar.;

Aécio voltou a dizer que seu afastamento do processo facilita um posicionamento dos tucanos e o embate do partido com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A estratégia dos tucanos é intensificar as críticas para evitar um possível crescimento da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, por causa dos altos índices de popularidade do petista. Com a desistência, o mineiro afirma que falta apenas um posicionamento oficial de José Serra. ;No momento em que me afasto dessa disputa, é claro que começa a haver uma clareza maior em relação a quem será o candidato do partido;, afirmou.

[SAIBAMAIS]Mesmo com a insistência de alguns aliados para que Aécio venha a compor uma chapa como vice de José Serra, o governador negou mais uma vez a hipótese. Segundo ele, o partido precisa trabalhar para conseguir novos aliados. ;Não cogito hoje essa hipótese, acho que ela não é benéfica para o nosso projeto. Serei, no momento que o candidato do partido for definido, um soldado, mas mergulhado nas questões de Minas.;

Secretariado
De volta de Angra dos Reis, onde passou o recesso do fim de ano, Aécio iniciou as conversas para compor o novo secretariado do governo, já que integrantes de sua equipe terão que deixar os cargos até abril para concorrer a novas vagas no Legislativo. O governador confirmou que pode antecipar a troca para dar aos gestores um tempo maior de concluir as ações previstas para este ano. ;Estou fazendo umas consultas, começando a definir nomes, conversando inclusive com os secretários que sairão, mas não quero fixar uma data antes que eu tenha uma equipe montada.;

1 - Desfalque no Rio
Com a desistência do deputado Fernando Gabeira (PV) de concorrer ao governo do Rio, a candidatura presidencial do tucano José Serra está desamparada no terceiro maior colégio eleitoral do país. Gabeira era o único capaz de unir a oposição, que agora não encontra um nome de consenso. PSDB e DEM pensam em deputados federais pouco competitivos na sucessão do governador Sérgio Cabral (PMDB), candidato à reeleição. E o PPS não conseguiu convencer a juíza aposentada e ex-deputada Denise Frossard a voltar à disputa política.

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