postado em 06/01/2010 09:23
O PT não pretende reagir com o fígado à promessa do PSDB de elevar o tom das críticas ao governo Lula e à atuação da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a 10 meses da eleição. A opção por uma estratégia mais combativa foi acertada pelos tucanos em reunião com representantes da cúpula na segunda-feira, a primeira do ano, no Rio de Janeiro. Até a terça-feira, as principais lideranças petistas ainda não tinham voltado das férias, mas há um consenso entre elas de que a posição do PT no debate é favorável e, por isso, não há motivo para preocupação com a promessa de ofensiva tucana.;São ataques desesperados ao governo, uma atitude que começou há cerca de dois meses, com a publicação de um artigo do Fernando Henrique, agredindo o governo. Nosso projeto não é bater boca, apenas mostrar o que construímos até agora, em sete anos de governo. O Lula está sendo ovacionado no Brasil e no mundo;, disse o líder do PT na Câmara, o deputado federal Cândido Vaccarezza (SP). O PT pretende insistir nas comparações entre os governos de Lula e de FHC, que deixou o Planalto com índices de popularidade bem menores que os alcançados atualmente pelo petista.
A estratégia do PT de manter o tom de plebiscito na eleição foi explicitada no último programa de TV e rádio do partido, veiculado em dezembro. Além de mostrar a pré-candidata do partido, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como coordenadora do governo e responsável por gerir os principais projetos, o programa, dirigido pelo marqueteiro João Santana, centrou o foco nas comparações entre as gestões, sugerindo que o PSDB governaria para os ricos e, o PT, para os pobres.
[SAIBAMAIS]Os programas levaram o PSDB a ingressar com duas representações contra o PT no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que serão analisadas na volta do recesso jurídico. Na primeira, reclamou do programa petista por uma suposta incitação à discriminação, no tom da comparação feita entre os partidos. Na segunda, acusou o presidente Lula de fazer propaganda antecipada ao dizer, sempre ao lado da ministra Dilma, ;que seu governo precisa continuar;. O PSDB pediu ao TSE que seja aplicada multa sobre o partido e que o PT perca o tempo do seu próximo programa partidário.
Durante todo o ano passado, o PSDB e partidos aliados protocolaram várias representações no TSE, acusando os petistas de propaganda irregular e campanha antecipada. Até agora, todas as ações analisadas foram rejeitadas. O PSDB crê que, nos últimos meses, o governo conseguiu elevar ainda mais o tom de campanha, culminando no programa de TV que apresentou a ministra Dilma como principal estrela.
;Programa partidário não é programa eleitoral. O clima de campanha ultrapassou todos os limites;, disse o secretário-geral do PSDB, o deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB-MG). ;Agora eles querem decidir como vai ser o programa do PT? Tudo foi feito nos marcos da legalidade. Eles têm o direito de entrar com representação. Mas estamos tranquilos para fazer nossa defesa;, rebateu o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza.