postado em 08/01/2010 08:54
A disputa entre petistas e peemdebistas pela cabeça da chapa de oposição ao candidato do governador Aécio Neves (PSDB) na eleição para o governo de Minas ganhou um novo mediador. O vice-presidente José Alencar prometeu na quinta-feira (8/1) a um grupo de petistas que o visitou em Brasília intervir no impasse e pessoalmente tentar, nas próximas semanas, um consenso entre os três pré-candidatos da oposição. De acordo com os petistas, o primeiro a ser chamado para uma conversa será o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT), que deverá visitá-lo na semana que vem. Alencar conversará ainda com os ministros do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias (PT), e das Comunicações, Hélio Costa (PMDB).;O vice-presidente é o grande aglutinador de Minas. O espírito dele deve ser determinante para as conversas pela frente, para chegarmos a um consenso. Alencar disse que, se os médicos o autorizarem, se dispõe a ser candidato em nome desta unidade, sem postular qualquer cargo. É uma figura extraordinária, que já começa dando exemplo a todos nós;, elogiou o prefeito em exercício de Belo Horizonte, Roberto Carvalho (PT), que participou do encontro. Até agora, petistas e peemedebistas defendem publicamente uma candidatura única de oposição em Minas, mas ninguém aceita o papel de vice na coligação.
A hipótese de Alencar tentar uma candidatura ao Senado na possível chapa pode tornar o quadro ainda mais embolado. O vice presidente e o governador de Minas, Aécio Neves, seriam os favoritos às duas vagas mineiras, restando a Pimentel, Patrus e Hélio Costa brigarem pela cabeça da chapa ao governo, um cargo de vice e uma possível candidatura à Câmara dos Deputados, com o intuito de puxar votos para a própria legenda. ;Não vamos discutir cargos ainda, mas é certo que Alencar seria um excelente candidato ao Senado, sem contar que ajudaria muito a ministra Dilma;, disse Carvalho, referindo-se à candidata do presidente Lula nas eleições presidenciais.
Palanques Embora busque o consenso, Alencar deixou claro que se o palanque único não se concretizar, o projeto político da base aliada do governo Lula não sofrerá grande prejuízo se houver dois palanques. Na segunda quinzena de janeiro e durante todo o mês de fevereiro, as conversas entre os partidos vão se intensificar, tanto no plano estadual, quanto nacional. Uma decisão final sobre o assunto deve vir apenas em março. De acordo com os petistas que participaram do encontro, o vice-presidente entende que, neste impasse, a candidatura de Dilma deve sempre ser colocada em primeiro plano, o que reforçaria a necessidade de entendimento entre PT e PMDB, que já assinaram um pré-acordo eleitoral para 2010.
Integrantes da equipe de governo do presidente Lula, os ministros Patrus e Hélio Costa se aproximaram nos últimos anos e sinalizaram, neste período, estarem mais aptos a um acordo. Pimentel corre por fora e tenta se fortalecer dentro do PT como candidato.