postado em 14/01/2010 08:14
Na tentativa de fortalecer a campanha da senadora Marina Silva à Presidência da República nas próximas eleições, o PV trabalha para consolidar palanques nos três maiores colégios eleitorais do país. A pressão sobre nomes fortes dentro do partido é grande e tem surtido efeito. O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), por exemplo, já admite ser candidato ao governo do Rio(1) de Janeiro pela legenda. Em São Paulo, o ex-parlamentar Fábio Feldman deve assumir a disputa pelo comando do Executivo local. Para escolher um representante em Minas Gerias, o partido ainda patina entre dois nomes: José Fernando, que não deve tentar a reeleição na Câmara dos Deputados, e o ex-secretário de Meio Ambiente de Belo Horizonte Ronaldo Vasconcelos.O eleitorado mineiro recebe bem os políticos verdes. No estado, o partido conta com quatro deputados federais e sete estaduais. ;É inadmissível que não tenhamos um candidato lá;, ressaltou o coordenador nacional da campanha, Marco Mroz. Em pelo menos outros três estados os palanques verdes já estão montados. Na Bahia, o partido contará com o deputado federal Luiz Bassuma. No Paraná, o nome da legenda será Nelton Friedrich, diretor da Itaipu Binacional e, em Pernambuco, Sérgio Xavier, presidente estadual da sigla.
Para fechar as costuras, as executivas regionais do PV estão conversando com outras siglas. A sinalização de apoio do PSDB, por exemplo, foi definitiva para alavancar a vontade de Gabeira de encarar a campanha no estado do Rio. ;As conversas estão muito adiantadas e estão sendo conduzidas pelo PSDB carioca. Quem vai apresentar a melhor política para o Rio somos nós;, destacou o presidente dos tucanos, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).
Tempo
Com o apoio do tucanato no Rio, Gabeira terá mais tempo de programa eleitoral, contando com partidos como o DEM e o PPS. A candidatura do deputado verde servirá tanto a Marina quanto ao pré-candidato do PSDB à Presidência, o governador de São Paulo, José Serra. Com a entrada de Gabeira no cenário eleitoral, ele faz frente à campanha do governador Sérgio Cabral à reeleição. Os presidenciáveis, no entanto, parecem não se importar em dividir um palanque no Rio. Serra quer o apoio no estado no segundo turno. Marina precisará dele já no primeiro embate eleitoral.
No próximo dia 19, a Executiva Nacional do PV deve anunciar novos nomes para os palanques estaduais. Enquanto isso, a coordenação da campanha de Marina coordena reuniões para tratar de questões práticas e burocráticas da campanha. Desde o início da semana, a senadora está em São Paulo. Ela trabalha para fechar o programa partidário que vai ao ar no próximo dia 4.
O projeto conta com a consultoria, gratuita, do cineasta Fernando Meirelles. O foco do programa será a apresentação da proposta de ; um novo modelo de fazer política;. ;Temos pesquisas que mostram que 64% da população não quer votar nem em Dilma nem em Serra. E que entre 55% e 58% do eleitorado não conhece a Marina. Temos um campo enorme para explorar;, acredita Marco Mroz.
1 - Estratégias
Em uma reunião a portas fechadas ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu com o prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias (PT), a estratégia para garantir a candidatura dele ao Senado nas eleições de outubro. Segundo petistas, no encontro, ficou definido que o principal argumento para forçar o diretório do Rio de Janeiro a referendar o nome de Lindberg na disputa é de que ele tem mais condições políticas para enfrentar os adversários do que a ex-governadora Benedita da Silva (PT).