Politica

Lula veta indicações e atuais secretários executivos nos ministérios assumirão vagas de titulares em campanha

postado em 22/01/2010 07:01
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado para os partidos aliados que estão de olho nas vagas de ministros que deixarão o governo para se candidatar na eleição deste ano: para manter o ritmo, só assumirá quem conhece bem a máquina. O comentário, feito durante a primeira reunião ministerial do ano, é um balde de água fria às pretensões de setores do PMDB e do PR que gostariam de colocar políticos nas vagas de Geddel Vieira Lima, na Integração Nacional, Reinhold Stephanes, na Agricultura, e Alfredo Nascimento, nos Transportes.

Durante o encontro, Lula brincou dizendo que o melhor seria se todos os ministros ficassem até o fim do governo para as ações não desandarem. ;Eu sei que daqui a pouco minha sala vai virar um entra e sai de ministro dizendo que quer sair do governo para ser candidato. Eu gostaria que todo mundo ficasse aqui, menos a Dilma;, disse o presidente, descontraindo os ministros. ;Mas eu entendo que tem demanda local, tem pedido do partidos;, emendou.

Lula não quer caras novas na Esplanada porque, na avaliação de ministros, os resultados administrativos que farão diferença na cabeça do eleitor são os de 2010, sobretudo quando será anunciada a nova etapa do Programa de Aceleração do Crescimento, apelidado de PAC 2. Se o ano for medíocre por incapacidade dos gestores não familiarizados com a máquina pública, tais efeitos podem contaminar todos os oito anos de Lula. ;Não quero afrouxamento;, disse Lula aos comandados, segundo relato de dois participantes de legendas diferentes ; assim, quem deverá assumir os postos na Esplanada serão os atuais secretários executivos da pasta.

Prazos
O programa terá novidades nas áreas de tecnologia da informação e de ciência e tecnologia, mas será um ;catadão; do que sobrar do PAC. O novo projeto continuará sob a batuta da Casa Civil, mas, diferentemente do original, não terá a ministra Dilma Rousseff como gestora. Ela deixa o governo em abril, prazo final da desincompatibilização, para se dedicar à campanha presidencial.

;O presidente quer que o seu sucessor assuma o governo com projetos já garantidos. Ele não quer que o seu sucessor assuma como ele assumiu em 2003. E não quer que se repita o que ocorreu em 2007, quando a gente precisou identificar projetos;, disse o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, depois do encontro. Lula quer tantos projetos garantidos que uma das metas do PAC 2 são as medidas voltadas para a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. O governo também decidiu compensar as perdas das prefeituras com o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) com R$ 500 milhões. Padilha não detalhou como será feita a distribuição desse recurso.

Em campanha
A saída de ministros que se dedicarão à campanha eleitoral este ano pode ter surpresas. Tido como um dos homens que ficaria no governo até o fim do ano, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, mudou o discurso. Quem ouviu o político paranaense nos últimos dias supreendeu-se com as palavras e aposta que ele poderá disputar uma vaga à Câmara dos Deputados. Seria uma forma de puxar votos e poder se dedicar com mais afinco à campanha presidencial da ministra Dilma Rousseff.

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