Politica

Tucanos sugerem que candidatura de Serra seja coordenada por homem de confiança de Aécio Neves

postado em 27/01/2010 08:41
Aliados do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), defendem que a coordenação de campanha presidencial tucana seja dividida com um homem de confiança do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). O nome mais lembrado pelos serristas é o do secretário de Governo de Minas, Danilo de Castro. A sugestão seria uma tentativa de tirar Serra da inércia. Potencial concorrente à Presidência da República, ele resiste em fazer movimentos internos ou externos por sua candidatura, o que tem criado obstáculos aos tucanos para pensarem em qualquer estrutura da corrida eleitoral.

Serra evita a todo custo conversas sobre a eleição presidencial, mas os tucanos estão preocupados com a morosidade do governador paulistaDepois que Aécio anunciou sua candidatura ao Senado, o PSDB passou a se dedicar à construção da chamada unidade entre os dois governadores. A preocupação é o mineiro desembarcar da corrida presidencial e não contribuir com a disputa pelo Palácio do Planalto, uma vez que Minas é o segundo colégio eleitoral do país, atrás de São Paulo. Uma das formas de reverter esse temor seria, na avaliação de tucanos, Serra fazer um gesto de aproximação a Aécio.

A jogada foi pensada para manter acesa a tese de ter o político mineiro como vice na chapa. O problema é que, como Serra não se mostra como candidato, cessaram as conversas entre os dois sobre a corrida presidencial. ;Ele tem muita coisa para fazer com as enchentes em São Paulo. Não dá tempo de pensar em eleição;, ironizou um político mineiro.

Na avaliação de aliados, não bastaria apenas o governador paulista colocar na linha de frente um homem de Aécio. Serra também teria que dar voz ao subordinado, tomando cuidado para não escanteá-lo. Segundo tucanos, esse é o principal problema do governador paulista, que tende a centralizar decisões em seu núcleo de pessoas mais próximas.

[SAIBAMAIS]Desde que Aécio(1) anunciou sua intenção de disputar o Senado, Serra não o procurou para conversar. Não bastasse isso, o paulista, dizem os tucanos, fechou-se para conversas políticas sobre eleição a pessoas fora de seu núcleo. Seus únicos movimentos pela candidatura são comentários sobre o papel propositivo, e não de ataque, que um candidato de oposição deve ter em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

;Babaca;
A pré-campanha acabou pegando fogo graças às palavras ríspidas das cúpulas de PT e PSDB, cujo ápice foi o presidente Lula dizendo que o senador Sérgio Guerra (PE), presidente tucano, é um ;babaca;. Serra saiu incólume dessa briga. Os tucanos concordam que o governador paulista não deve entrar em rinhas políticas, mas defendem a necessidade de ele ter postura mais pró-ativa. O exemplo citado é o da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que, mesmo não se assumindo candidata, tem postura de concorrente ao Palácio do Planalto ao dar declarações, participar de eventos públicos e andar Brasil afora promovendo ações do governo.

A oposição reagiu ontem novamente e entrou com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a suposta campanha antecipada que Lula e Dilma promovem pelo país. PSDB, PPS e DEM os acusam de transformar a cerimônia de inauguração da sede do Sindicato dos Trabalhadores e Empregados de Empresas de Processamento de Dados do Estado de São Paulo em palanque eleitoral.

1 - Chapa puro-sangue
Apesar de o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, assumir-se como candidato ao Senado, aliados de José Serra ainda apostam na possibilidade de ele ser vice na chapa que disputará o Palácio do Planalto, formando a ;chapa puro-sangue;. Os serristas ficaram ainda mais animados quando o mineiro classificou ;só a morte; como ;irreversível; quando questionado sobre sua decisão de abandonar a corrida presidencial.

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