postado em 02/02/2010 08:16
Luiz Inácio Lula da Silva deixou de fumar desde a crise hipertensiva que sofreu na semana passada. Segundo um auxiliar próximo do petista, o presidente abandonou as cigarrilhas café creme desde o episódio, quando sua pressão chegou a 18 por 9. Fontes próximas ao titular do Planalto vinham enfatizando que Lula parecia uma ;chaminé; nos últimos tempos, fumando mais de 30 cigarrilhas por dia. O médico oficial da Presidência, Cleber Ferreira, afirmou na semana passada que a hipertensão foi decorrente de estresse e cansaço. ;Ele (Lula) está consciente de que precisa se cuidar;, afirma o assessor.No programa de rádio Café com o presidente, transmitido ontem pela manhã, Lula reconheceu a rotina de excesso de trabalho, mas antecipou que não pretende diminuir o ritmo. ;Se o governo que está no último mandato começa a afrouxar na agenda, começa a deixar as coisas acontecerem, dá a impressão de que o governo acabou, mas falta um ano;, afirmou. ;Eu vou me cuidar, mas vou continuar trabalhando;, disse.
[SAIBAMAIS]Na entrevista, Lula disse ser importante continuar viajando pelo Brasil, visitando e inaugurando obras. Nesta semana, a previsão é de viagens para o Rio de Janeiro e para o Rio Grande do Sul ; atividades previstas para o estado de São Paulo foram canceladas. Após a crise de hipertensão, o número de eventos na agenda do presidente foi reduzido. A partir de agora, o objetivo é ;evitar fazer três, quatro eventos quando ele estiver fora;, informou um auxiliar próximo ao presidente. Compromissos em horário avançado também serão evitados, já que, independentemente de ter responsabilidades matutinas, Lula costuma acordar cedo, por volta das 6h.
Independência
O presidente participou ontem da abertura do Ano Judiciário, no Supremo Tribunal Federal (STF). Foi a primeira atividade de Lula após a crise hipertensiva da madrugada da última quinta-feira. Bem-humorado, comemorou, na entrada, a vitória do Corinthians, seu time do coração, sobre o Palmeiras, por 1 x 0.
Em discurso, Lula destacou a relação harmoniosa entre os poderes da República. ;Mantivemos as relações entre o Judiciário e o Executivo do modo previsto pela nossa Constituição: nos mantivemos próximos, mas sem perder, em qualquer momento, a independência;, disse, na Corte Suprema. O presidente lembrou decisões recentes do Supremo que tiveram repercussão na sociedade, como a demarcação de terras indígenas em Raposa Serra do Sol, em Roraima, e a lei de recuperação judicial e falências.
O presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AC), também elogiou o STF, mas criticou o excesso de Medidas Provisórias enviadas ao Legislativo, o que atrasaria a consolidação das leis pelos parlamentares. Para Sarney, as MPs editadas pelo Executivo ;mutilam o Congresso;.