Politica

Dilma participa de evento do partido em Brasília, faz discurso, canta e pula no palco

Plateia delira ao som de paródia de funk carioca

postado em 08/02/2010 08:17
Como uma verdadeira celebridade, assediada por todos os lados, dando autógrafos e tirando fotos, a ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do governo nas eleições presidenciais, foi a estrela no Encontro Nacional da Juventude do PT, realizado num clube em Brasília. Uma plateia de aproximadamente 600 pessoas recebeu a ministra parodiando um conhecido funk carioca: ;Eu só quero é ser feliz, quero ver a Dilma governando esse país. E poder me orgulhar, a Juventude do PT está aqui pra te apoiar;, cantavam os militantes. Ao lado do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; do presidente do PT, Eduardo Dutra; e do deputado federal Geraldo Magela (DF), a ministra também entoou músicas ao microfone depois de falar por 20 minutos diante dos agitados participantes do evento.

Dilma, com o ministro Alexandre Padilha (ao fundo), beija criança durante evento interno do PT em Brasília: desta vez, não teve choroAntes de discursar, Dilma concedeu uma entrevista coletiva, em que rebateu as críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em artigo(1) publicado ontem no jornal O Estado de S. Paulo, FHC aponta como um erro de Lula na campanha de 2010 comparar a própria gestão com a sua à frente do Planalto. A ministra adiantou que continuará firme com a estratégia. ;A comparação, quando se trata de escolher caminhos, é sempre boa. Não estou desmerecendo ninguém, estou apenas dizendo que nosso caminho é melhor;, afirmou Dilma, que passou mais da metade da coletiva enumerando os feitos do governo do PT desde 2003. ;Comparar não é olhar no retrovisor. É decidir qual a trilha certa a seguir;, enfatizou.

Ao ser questionada sobre um possível caráter eleitoreiro na sua passagem pelo evento da ala jovem do PT, a ministra pediu a Dutra para responder. O presidente eleito da sigla destacou que Dilma estava no encontro como ;militante;. ;É um ato interno do partido, realizado em um ambiente interno;, disse Dutra. Em seguida, a ministra completou: ;Não sou nem pré-candidata;. Ao fim da conversa com os jornalistas, Dilma se preparou para subir no palco do evento. Trocou a blusa branca de botões e o colar de pérolas com os quais chegou ao local por uma camiseta da Juventude do PT. E, com desenvoltura notoriamente melhor que há alguns meses, cumprimentou a plateia sacudindo os braços.

A ministra chegou até a pular no palco, seguindo uma brincadeira iniciada pelos participantes, que gritavam repetidamente: ;Quem pula está com Dilma;. No discurso, a ministra tratou de temas relacionados à juventude, destacando que é preciso avançar nas políticas sociais para essa faixa etária. Ao ler uma faixa que reivindicava um PAC da Juventude, ela mostrou simpatia pela ideia. ;Acho que está correto. A juventude beneficiou-se de todos os programas do governo. De uma forma ou de outra, eles têm foco na juventude. O passo seguinte pode ser um programa integrado.;

Autógrafos
Mais longo que o discurso foi o tempo que a ministra permaneceu dando autógrafos e tirando fotos com os participantes do evento. Petista de carteirinha, Gildo Viana, morador de Sobradinho, deu a filha, Maria Luiza, para a ministra segurar. Ao contrário de um garoto de um ano e oito meses que negou um beijo à Dilma, quando a ministra esteve numa missa de ação de graças por sua saúde em Salvador (BA), a menina de 10 meses ficou confortável no colo da candidata, que a beijou. O pai, orgulhoso, registrou o momento. ;Fiz a foto logo;, comemorava. Dilma demorou para conseguir deixar o local, tamanho era o assédio dos militantes. Um dos participantes chegou a quase entrar no carro da ministra.

1 - FHC
O ex-presidente, no artigo, acusa Lula de tomar como suas políticas iniciadas no governo tucano e distorcer dados nas comparações. Em uma das frases mais enfáticas do texto, dispara: ;Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas, se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer;.

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