Politica

FHC reforça a artilharia contra Dilma

postado em 12/02/2010 08:39
Dando sequência à série de críticas ao governo do PT e à pré-candidata do governo à Presidência, Dilma Rousseff, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) voltou à carga em entrevista ao jornal Miami Herald. Em texto divulgado ontem pelo jornal, FHC qualificou a ministra da Casa Civil de ;dogmática; e ;autoritária;. Entrevistado por Andres Oppenheimer, Fernando Henrique afirmou que Dilma ;ainda não tem qualquer experiência de liderança;. Além disso, repetiu a crítica realizada recentemente, segundo a qual a ministra ;não é líder;. Questionado sobre se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria uma ascendência sobre Dilma, caso ela fosse eleita, FHC disse que isso provavelmente não ocorreria. Segundo ele, isso se daria também pelas características pessoais de Dilma. ;Ela é uma pessoa muito dura, autoritária;, avaliou o tucano.

Em uma comparação, o ex-presidente disse que Lula é mais independente em relação ao Partido dos Trabalhadores, além de qualificá-lo como um negociador habilidoso. ;Ele tem a habilidade para mudar uma opinião;, notou. Já a ministra, para FHC, provavelmente não teria essa postura, ;porque ela é mais ; talvez isso seja um pouco duro ; dogmática. Ela tem uma visão um pouco mais datada...favorecendo uma maior interferência do Estado (na economia);.

O ex-presidente disse ainda que ;provavelmente; Dilma teria uma relação mais próxima com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Após ressalvar que o Brasil tem instituições sólidas, FHC afirmou que ;o coração de Dilma é mais próximo da esquerda;. Após a entrevista, Oppenheimer faz sua própria avaliação sobre a entrevista e o momento político do País. Segundo ele, a campanha já está a pleno vapor. Por isso, é necessário relativizar as declarações dos políticos nesse momento. O jornalista apostou que a petista precisará caminhar para o centro para poder vencer. Oppenheimer concordou com a solidez das instituições brasileiras, o que impediria que ;qualquer presidente destruísse os ganhos econômicos do país dos últimos 15 anos;. ;Apesar da política externa repulsiva de Lula ; ele está apoiando as piores ditaduras do mundo ;, o Brasil provavelmente continuará como um modelo de comportamento econômico responsável e de redução de pobreza na América Latina;, avaliou o jornalista.

Governo celebra as comparações
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), admitiu ontem que é de interesse do governo federal a estratégia de comparações com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, Dilma foi escolhida para suceder Lula porque é ;a melhor entre os melhores;, assim como o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que teve posição no governo Fernando Henrique quando foi ministro do Planejamento e da Saúde.

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