postado em 12/02/2010 13:48
ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, voltou a falar sobre o Programa Nacional dos Direitos Humanos. Segundo o ministro, apesar do fim da ditadura no país, ainda há uma ;dificuldade no aprendizado da democracia; no Brasil, o que poderia explicar as polêmicas que surgiram com a divulgação do programa.;O Brasil tem 21 anos de democracia contra quase 500 anos de escravidão, de genocídio indígena, de ditaduras, de repressão. Em 500 anos de violência e de desrespeito, 21 anos de democracia ainda são suficientes para criar cultura nova;, afirmou. Segundo ele, a reação ao programa reflete ;o pensamento antigo, que não aceita que ciganos, homossexuais e pessoas discriminadas pela condição econômica, por serem índios, afrodescendentes ou mulheres, tenham direito a voz;.
;É preciso que uma conferência de direitos humanos da Bahia ou do Brasil assegure essa voz e a organize num documento, que não é lei, e que é apresentado aos poderes públicos para que estes, assim o entendendo, a transforme em lei;, disse.
De acordo com Vannuchi, os primeiros debates a respeito do plano começaram em ;forma de pancadaria;, mas agora estão ocorrendo também fora do governo tais como em universidades e na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Vannuchi assumiu que, caso erros existam, são de sua inteira responsabilidade. Sobre o tema do aborto, por exemplo, que ele assumiu como equívoco, prometeu encaminhar uma correção, mas somente após discutir o assunto com outros setores além da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
;Em direitos humanos precisamos tentar sempre construir o máximo de consenso possível. Não é ficar brigando entre partidos, entre adversários eleitorais;, ressaltou.
O ministro também comentou sobre a discussão envolvendo a homossexualidade nas Forças Armadas. Para Vanucchi, o fato de o general Raymundo Nonato de Cerqueira Filho ter enviado uma carta ao Senado se retratando de declarações consideradas homofóbicas pode ser considerado um avanço.
;O velho vai sendo superado pela abertura, pelo pensamento novo e a cada dia mais as pessoas compreendem isso;, afirmou. ;Não importa a sexualidade. Se a pessoa é um bom militar, disciplinado e cumpre suas missões, não há porque haver preconceito. É isso o que a Constituição diz;, ressaltou.