postado em 19/02/2010 19:21
A palavra continuidade vem dando o tom ao programa de governo que o PT pretende oferecer para a aliança partidária a ser formada em torno da candidatura da ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, cujo nome deve ser confirmado neste sábado (20) para concorrer à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo partido. Os petistas, no entanto, buscam associar o conceito de ;aperfeiçoamento; ao programa.A manutenção da política econômica e o incremento dos programas sociais são propostas que permanecem na pauta do PT. ;Continuidade significa aperfeiçoar. Temos o desafio de integrar mais as políticas sociais;, comentou o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, que conduziu o Bolsa Família, um dos principais programas de distribuição de renda do governo.
As mudanças aprovadas hoje (19) no programa referem-se a políticas para afirmação de direitos das mulheres, reforma agrária, redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salários, apoio incondicional e explícito ao Plano Nacional de Direitos Humanos, além mudanças na política tributária, com o objetivo de taxar especialmente grandes fortunas.
O programa do PT, de acordo com Walter Pomar, que preside a tendência Articulação de Esquerda, se tornou mais ;radical; na defesa de pontos considerados ;de esquerda;. O texto será encaminhado pelo partido para a comissão a ser formada com os demais partidos que se unirão em torno da candidatura de Dilma. ;Não houve mudanças. O que houve foi um processo de radicalização. Que a coalizão fará um programa mais ao centro nós temos certeza, mas não por causa nossa. Nossa posição como partido na coalizão será mais à esquerda;.
Para o deputado federal por São Paulo, José Genoino, que pertence a uma das tendências mais influentes do partido, o Campo Majoritário, a principal contribuição do PT no programa de Dilma será a maneira com que a legenda defenderá as conquistas do governo Lula.
;O PT é muito responsável por essas conquistas. Foi o esteio principal. Na hora que a onça bebe água o PT está lá no Congresso para segurar. A militância está muito convencida do que representa o governo Lula;, disse Genoino. ;Mas nós vamos dialogar. Queremos fazer uma aliança parceira e não adesista ou impositiva;, completou.
Sobre a aprovação de uma emenda que indica para a revisão de leis criados no governo de Fernando Henrique Cardoso, Genoino alerta que essa posição não é unanimidade no partido. Há setores da esquerda que não veem que nós [governo Lula] não fizemos uma ruptura. Nós não destruímos a casa para construir uma nova. Nós estamos mudando a ordem por dentro da ordem;, ponderou.