Politica

Lula descarta dois palanques durante eleições

Presidente diz que não fará campanha em estados com mais de um candidato da base

Patrícia Aranha
postado em 20/02/2010 10:26
No tudo ou nada em busca de uma aliança nacional com o PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro que está disposto a não apoiar até mesmo o PT nas disputas aos governos estaduais caso o seu partido force uma divisão nos palanques regionais, o que prejudicaria diretamente a campanha presidencial da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. O recado, com um puxão de orelha, já tinha sido dado aos mineiros Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte, que disputam a vaga de candidato petista para o governo de Minas. Além de criticar o racha no PT mineiro, Lula destacou a postura de Hélio Costa, pré-candidato ao governo estadual pelo PMDB, que assim como o presidente defende uma aliança ampla estadual e nacional para evitar surpresas.

Após visita à fábrica de celulose da Fibria/Votorantim em Três Lagoas (MS), ao lado do governador mato-grossense André Puccinelli (PMDB) e do ex-governador do estado, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, Lula deixou claro que não participará de campanha em estados onde não se repetir a possível aliança com o PMDB. ;Não acredito muito na história de dois palanques. A gente tem que resolver o problema nacional, depois os estados.; O ministro Hélio Costa disse que concorda plenamente com o presidente e que a aliança que viabilize a campanha de Dilma em Minas já foi tema de várias conversas entre eles. ;Já disse que não sou complicação, porque quero ser a solução;, afirmou, na confortável posição de primeiro colocado em todas as pesquisas até agora, independentemente dos cenários.

Por sua vez, o presidente do PT em Minas, deputado federal Reginaldo Lopes tentou minimizar as críticas de Lula aos mineiros, publicadas ontem em um jornal paulista. ;O PT sempre encontrou a unidade na diversidade e fará isso novamente. Precisamos é definir um critério para escolher o candidato e, feito isso, não haverá mais grupos. Todos estarão em um palanque único para enfrentar Antonio Anastasia, candidato à sucessão de Aécio Neves pelo PSDB;, defendeu Lopes, eleitor de Pimentel.

Nesse cenário, a única certeza é que será do presidente Lula a palavra final sobre a candidatura do PT em Minas. Nem o ministro Patrus Ananias, nem o ex-prefeito Fernando Pimentel serão candidatos sem o aval do presidente. O PT nunca venceu uma eleição para o governo em Minas e sabe que não teria sucesso sem o guarda-chuva do Planalto. Por enquanto, ambos mantêm os nomes.

Patrus tem até o prazo de desincompatibilização, 3 de abril, para decidir se deixa ou não o ministério. Pode fazê-lo sem que Lula tenha sinalizado, já que as negociações com o PMDB envolvem também outros cargos, como o de senador. Já Pimentel, tem dito que sua única opção é a candidatura ao governo. Se Lula vetar, ficará satisfeito em ser coordenador da campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em Minas. Desde o ano passado, já participa da coordenação da pré-campanha, com viagens frequentes a Brasília.

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