Politica

PR não quer ser coadjuvante nas eleições

Partido será o primeiro a formalizar apoio à pré-candidatura da petista Dilma Rousseff na disputa à Presidência e tenta garantir a presença da ministra nos palanques regionais

postado em 04/03/2010 08:15
Além de melhorar os termos da negociação com o PMDB, o PT quer acelerar acordos com os partidos aliados mirando a campanha presidencial. A primeira aliança formal tem como alvo o PR, que se reuniu ontem com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata petista ao Palácio do Planalto. O encontro serviu para apresentar as metas do partido e convidá-la à Convenção Nacional da legenda, em 5 de abril, que oficializará a coligação e elegerá como presidente da sigla o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento ; que disputará o governo do Amazonas.

O partido antecipou em um mês a Convenção Nacional para garantir o posto de primeiro aliado formal do PT e evitar tornar-se coadjuvante na campanha nacional. ;Queremos participar ativamente do comitê de campanha;, disse o deputado Luciano Castro (RR), citando que a legenda planeja eleger de 47 a 53 deputados federais e de quatro a oito senadores nas eleições de outubro. Por isso, quer garantir que a ministra participe dos palanques regionais do PR.

O coordenador da pré-campanha de Dilma, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, comemorou o fato de o PR desejar ser o primeiro a formalizar a aliança. Para ele, isso é resultado do crescimento da petista nas pesquisas de intenção de votos. ;Sem dúvida, estamos solidificando os apoios;, disse.

Além de Pimentel, estiveram no almoço o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra; o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP); e o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O deputado Ricardo Berzoini (SP), ex-presidente do PT, disse que outros partidos também vão preferir fechar o acordo graças ao bom desempenho de Dilma. Ele citou como exemplo o PSB, que está dividido entre apoiar a empreitada do deputado Ciro Gomes (CE) e fechar com os petistas.

No cardápio do almoço na residência de Dilma, destaque também para as discussões sobre o Rio de Janeiro. O partido lançará como candidato ao governo do estado Anthony Garotinho contra o governador Sérgio Cabral (PMDB), que tentará a reeleição e tem o apoio do PT. ;Nós não ficaremos com ciúmes se ela subir no palanque dos outros e não queremos que fiquem com ciúmes da gente;, afirmou Luciano Castro, que participou da reunião ao lado de Nascimento; do líder do partido na Câmara, Sandro Mabel (GO); e do senador João Ribeiro (TO).

Nas discussões, levantou-se também a possibilidade de surgirem problemas no Amazonas, um estado onde os petistas davam como certo o palanque único para o ministro dos Transportes. Nascimento afirmou a Dilma haver a possibilidade de o governador Eduardo Braga (PMDB) lançar seu vice como candidato, Omar Aziz (PMN). Segundo relato de quem participou da conversa, Dilma teria ficado surpresa com a dinâmica das alianças e a mudança nos cenários.

PMDB
Há ainda um grupo dentro do PT que defende um endurecimento das negociações com o PMDB. Isso significa forçar a discussão sobre quem será o vice na chapa encabeçada por Dilma. O partido quer o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), mas Lula gostaria de ter o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Nesse bojo, entraria também a solução para Minas Gerais.

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), disse que não há a possibilidade de dois palanques no estado e que a costura se dará em torno do ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), pré-candidato ao governo mineiro. ;Já há acordo: não existe a chance de dois palanques em Minas;, afirmou. Entretanto, não é o que os petistas desejam, sobretudo o grupo de Pimentel, pré-candidato ao governo ao lado do ministro de Desenvolvimento Social, Patrus Ananias.

"Queremos participar ativamente do comitê de campanha (de Dilma Rousseff)"
Luciano Castro, deputado do PR-RR

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