postado em 06/03/2010 07:00
O PT determinou que deve-se conter a euforia de militantes com o crescimento da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, nas pesquisas de intenção de votos. Mas nem mesmo um documento da Direção Nacional faz a lição de casa. Nada de campanha pé no chão. O salto alto, aparentemente, está calçado: a vitória se aproxima, sentencia o texto aprovado em reunião da cúpula do partido ontem.;A direita neoliberal não tem compromisso com a soberania nacional, com o estado democrático, com a igualdade social, nem com a verdade dos fatos. Hoje, frente à derrota que sofrerão nos próximos anos, já alimentam discurso golpista;, consta da análise de conjuntura do diretório.
O PT prega pés no chão por entender que o PSDB não se alongará em disputas internas e discursos dúbios. Para o presidente do PT, José Eduardo Dutra, assim que os tucanos definirem seu candidato ; provavelmente José Serra ; começarão a aparecer propostas e o embate se acirrará. Por isso, pretendem explorar recentes escândalos que atingiram o DEM: o governador preso José Roberto Arruda, no DF, a ameaça de cassação do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e as acusações de corrupção no governo da tucana Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul.
;Apesar das divisões internas no campo adversário e a despeito do mar de corrupção e incompetência administrativa, como no Distrito Federal, no Rio Grande do Sul e em São Paulo, as forças do atraso começam a se reorganizar a partir da definição do nome que irá representá-las. Adotam, desde já, um discurso de radicalização política e social contra as conquistas do governo Lula e a pré-candidatura de Dilma;, diz trecho do documento petista.
O PT quer aproveitar que Serra ainda não deu publicidade à sua estratégia e explorar contradições da oposição. ;Primeiro, eles dizem que o Bolsa Família é esmola, depois apresentam propostas para aumentá-lo. Falam que o PAC será extinto. Parecem biruta de aeroporto. A oposição tem que dizer o que vai botar no lugar do governo;, afirmou Dutra.
O texto final da Direção Nacional evitou entrar no debate de privatistas versus desenvolvimentistas. O texto defendendo a recuperação da Telebrás, expansão da Eletrobrás e contrário à privatização de aeroportos acabou ficando de fora.