postado em 09/03/2010 10:48
Uma reunião feita nessa segunda-feira (8/3) em São Paulo com cerca de 40 políticos tucanos concluiu que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), já deveria ter assumido publicamente que é pré-candidato à Presidência da República. No encontro com coordenadores regionais do partido, os políticos disseram que Serra vem perdendo vantagem em relação à sua concorrente, Dilma Rousseff (PT), porque ele não aparece como pré-candidato. ;Fica difícil trabalhar o nome dele nesta fase porque ele ainda não assumiu que quer ser presidente;, disse o vereador de Campinas, Artur Orsi (PSDB).Nas pesquisas recentes, Dilma vem tirando a vantagem de Serra. Na avaliação do presidente do PSDB, em São Paulo, deputado Mendes Thame, o governador acaba pagando um preço por ainda não ter confirmado o nome para a disputa. ;O Serra optou por governar São Paulo em tempo integral. Isso tem um ônus e paga-se por ele;, disse Thame. Ele observou ainda que ;quem governa não tem tempo de fazer campanha e quem não faz campanha não ganha voto;.
O secretário-geral do PSDB paulista, Sérgio Gontijo, defende que Serra assuma logo que é candidato. Segundo ele, a estratégia no momento é dar prioridade à campanha presidencial. ;Estamos na expectativa de que Serra assuma que é candidato para alavancarmos a pré-campanha no Nordeste;, destaca. Quanto à corrida eleitoral para governador de São Paulo, Gontijo diz que o possível candidato Geraldo Alckmin tem mais de 50% das intenções de votos em todas as simulações. ;Nossa maior preocupação é o Serra;, ressalta.
Para ontem, estava marcada o que seria a primeira reunião de mobilização para a campanha presidencial do PSDB. Mas, em cima da hora, o comando da pré-campanha de Serra pediu à cúpula do PSDB paulista que não desse esse caráter ao encontro. Com isso, a grande reunião foi dividida em três e pouco se falou em Serra como candidato. ;Em nenhum momento dissemos que era uma reunião para tratar estratégias de campanha, até porque o partido não coordena campanha. Cuidamos apenas da infantaria e da mobilização dos filiados;, justifica.
Na semana passada, o deputado federal José Aníbal (PSDB-SP) chegou a convidar políticos do interior de São Paulo para o que seria a primeira reunião para discutir estratégias da pré-campanha de Serra. Ontem, ele disse aos seus próprios convidados que a pauta do encontro havia mudado e que seria tratado apenas como mobilização política. ;Não adianta fazer pressão. O nosso governador tem toda razão. Não se pode ao mesmo tempo fazer campanha e ação do governo;, ressaltou Aníbal.
"O Serra optou por governar São Paulo em tempo integral. Isso tem um ônus e paga-se por ele"
Mendes Thame, presidente do PSDB paulista