postado em 09/03/2010 11:36
A ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, praticamente descartou a possibilidade de o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, ser o responsável pelas finanças de sua campanha. Ela afirmou que a tendência é manter a estratégia adotada pelo partido em 2006 de separar as duas tesourarias.;Nós temos tido nas últimas eleições uma opção por diferenciar as duas tesourarias, a tesouraria do partido, uma vez que ela tem mais obrigações do que a campanha presidencial. Então a tendência é manter isso, a mesma coisa que ocorreu em 2006 na época da eleição do presidente Lula;, afirmou hoje (9) a ministra ao chegar no Senado onde participa da solenidade em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, que foi ontem.
Vaccari Neto, de acordo com reportagem da revista Veja, teve o seu sigilo bancário quebrado pelo Ministério Público de São Paulo, que estaria investigando irregularidades cometidas pela Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), quando ele ocupava a diretoria da entidade.
[SAIBAMAIS]A ministra defendeu o companheiro de partido ao ser perguntada sobre o assunto. Ela disse que o tesoureiro não pode ser condenado sem ter antes a oportunidade de apresentar sua defesa. ;Acho que o Vaccari tem todo o direito de defesa e nós temos tido bastante clareza em defender o direito de as pessoas se defenderem antes de serem condenadas, acusadas e de fato afastadas do que fazem.;
Dilma confirmou que, durante a campanha presidencial, receberá salário do PT. Ela ressaltou que terá de se licenciar do cargo no governo federal, o que deve ocorrer no início de abril, e, por força da lei, não receberá o salário da Fundação de Economia e Estatística, órgão ao qual é vinculada, uma vez que estará licenciada.
;Posto que eu não posso viver de brisa e não sou rica, vou ter que ter uma salário do PT;, completou a ministra. Ainda sobre campanha, Dilma Rousseff negou que pretenda colocar um executivo na sua equipe, conforme notícias divulgadas pela imprensa. ;Não comentei isso nem sequer cogitei.;
Dilma Rousseff também disse não estar ;nem um pingo irritada; com acusações de que esteja utilizando a máquina pública para campanha. Neste sentido, ela saiu em defesa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que não foi fácil ;tirar um país de uma situação de não investimento, que não tinha projeto, não tinha licença, não tinha obra.;
Sobre a iniciativa do PSDB de aprovar na semana passada um projeto de lei que cria, dentro do programa Bolsa Família, um incentivo financeiro para beneficiários que tenham crianças e adolescentes com bom desempenho escolar, a ministra perguntou de onde virão os recursos para bancar a iniciativa. Ela disse que, caso isso não seja bem definido, há o risco de ;começar a sair por aí fazendo toda espécie de benefício num momento eleitoral para a população e não dizendo de onde a gente tira o dinheiro para cumprir.;