Politica

Petistas mineiros esboçam novo acordo

O ministro Patrus Ananias e o ex-prefeito Fernando Pimentel fecham questão em torno da candidatura da legenda ao governo. Falta convencer Lula

Patrícia Aranha
postado em 17/03/2010 08:35
O PT mineiro recorreu ao presidente em exercício, José Alencar (PRB), para avalizar a declaração de paz entre os pré-candidatos do partido ao governo de Minas: o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. O cenário foi o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede provisória do governo, onde Alencar recebeu Patrus e Pimentel, no início da tarde de ontem. Em pouco mais de meia hora de conversa, desenrolou-se a segunda cena do roteiro preparado pelo PT para mostrar a Lula que o partido fala sério quando insiste na candidatura própria, a despeito dos recados do próprio presidente de que prefere o nome do ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), como candidato único da base aliada. A primeira cena havia acontecido no fim da manhã de ontem, no gabinete de Patrus, quando foi selado o acordo com Pimentel para que o PT apresente apenas um candidato ao Palácio da Liberdade, antes do prazo de desincompatibilização dos ministros que pretendem disputar as eleições deste ano, em 3 de abril.

O esforço de mostrar unidade na base aliada em Minas será levado a Lula, assim que o presidente retornar da viagem ao Oriente Médio, na sexta-feira. Pimentel e Patrus garantiram a Alencar que retiram seus nomes da disputa se o presidente em exercício decidir ser candidato a governador. Deixaram claro, contudo, que se Alencar preferir a vaga de senador, como tem afirmado, contam com ele na chapa majoritária encabeçada pelo PT.

Na segunda-feira, Lula telefonou para Alencar, por volta das 19h, e, depois de perguntar sobre o resultado dos exames que confirmaram a redução dos tumores, disse que o aguardava para uma conversa sobre o cenário eleitoral em Minas. No PT, a expectativa é de que a reunião tenha a participação de Patrus e de Pimentel.

Sinais
Lula já havia dado declarações públicas sobre a insatisfação com os desentendimentos entre os dois pré-candidatos do partido e avisou que não iria intervir para selar a paz. O PT só começou a levar os recados a sério depois que Hélio Costa e o PMDB começaram a divulgar a preferência do Planalto pela candidatura peemedebista. Foi o bastante para que Patrus e Pimentel, que desde a eleição para a prefeitura de Belo Horizonte, em 2008, quando ficaram de lados opostos e só eram vistos juntos em eventos públicos, dessem sinais de aproximação, que culminaram na reunião de ontem.

Presente aos dois encontros, o vice-prefeito de Belo Horizonte, Roberto Carvalho (PT), comemorou o acordo. ;Não há mais divergências no PT mineiro. É o fato novo que o Lula tanto nos cobrou. Pimentel e Patrus acordaram que, qualquer que seja o escolhido, terá o apoio do outro. Se Alencar decidir ser o candidato, o PT todo apoiará;, disse. Em relação a Hélio Costa, Carvalho limitou-se a dizer que o PT procurará até o prazo de convenções partidárias, em junho, atrair o PMDB para que haja apenas um palanque para a ministra Dilma.

CASSOL ESCAPA DE CASSAÇÃO

O governador de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), se livrou do risco de ser cassado. O Tribunal Superior Eleitoral rejeitou ontem pedido para que o governador fosse punido por suposta compra de votos nas eleições de 2006. O TSE não aceitou o recurso do Ministério Público Eleitoral, que defendia a cassação. Para o procurador-geral, Roberto Gurgel, a compra de votos tinha ficado comprovada. No julgamento, prevaleceu o voto do relator, Arnaldo Versiani, que disse não ter encontrado provas concretas.

"Não há mais divergências no PT mineiro. É o fato novo que o Lula tanto nos cobrava. Pimentel e Patrus acordaram que, qualquer que seja o escolhido, terá o apoio do outro"
Roberto Carvalho (PT), Vice-prefeito de Belo Horizonte

O número
3 de abril -
Prazo final para que ministros deixem o cargo se quiserem participar das eleições

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