postado em 24/03/2010 16:19
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (24) que não se decidiu ainda sobre a compra dos 36 aviões de caça, cuja disputa envolve empresas suecas, francesas e norte-americanas. Lula disse, ainda, que sua preocupação é escolher sem pressa, nem traumas, pois este ano é eleitoral e, portanto, ;atípico;.Ele também quer ouvir todos os setores. Para o presidente, o objetivo é garantir a melhor parceria para o Brasil ter condições de fabricar caças e, futuramente, ser exportador.
;Temos apenas de ter o cuidado necessário porque estamos em ano eleitoral e uma coisa desta envergadura não pode ser especulação política, vamos ter de conversar com todos os setores da sociedade. Depois, vamos tomar a decisão;, afirmou o presidente após encontro com o rei e a rainha da Suécia, Carl XVI Gustaf e Silvia, no Palácio Itamaraty.
Depois de conversar com o rei, Lula disse estar pronto para tratar do tema com os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, da França, Nicolas Sarkozy, e da Rússia, Dmitri Medvedev, De acordo com o presidente, todos vão querer vender seus produtos. Bem-humorado, Lula brincou que quem sabe assim o Brasil consegue fazer a melhor compra com os preços mais baixos.
;É importante ouvir o que cada um vai falando, quem sabe assim os preços vão caindo [risos] e a gente vai conversando. De toda forma, todo mundo sabe que nós queremos ter tecnologia, fabricar aviões no Brasil e quem sabe, no futuro bem próximo, fabricar esses aviões no Brasil. E isso vamos decidir sem traumas;, disse o presidente.
Em abril, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, deve concluir um relatório técnico sobre a compra dos 36 caças. O Ministério da Defesa analisa as propostas apresentadas pelas três empresas finalistas: a sueca Saab, fabricante do modelo Gripen NG; a norte-americana Boeing, responsável pelo caça F-18 Super Hornet; e o consórcio Rafale International, liderado pela francesa Dassault.
Lula confirmou que vai convocar o Conselho de Defesa Nacional para discutir o assunto e só depois tomará a decisão. No governo, não há consenso sobre qual das três propostas seria a ideal. Para setores das Forças Armadas, a transferência tecnológica dos franceses supera a apresentada pelos demais concorrentes. Porém, o relatório da Força Aérea Brasileira (FAB) confirma que os três fabricantes têm níveis semelhantes.
No encontro de hoje com Lula, o rei da Suécia afirmou que quer ampliar as parcerias de cooperação desde os setores de defesa militar, tecnologia, educação ao meio ambiente. O rei destacou particularmente o setor da aeronáutica.