Politica

Representantes do agronegócio externam preocupações do setor com o futuro em documento direcionado aos presidenciáveis

Danielle Santos
postado em 27/03/2010 13:20
Cotada para integrar a chapa do pré-candidato tucano à Presidência da República, o governador de São Paulo, José Serra, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) já faz lobby em favor do setor do agronegócio para os presidenciáveis. Presidenta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ela externou a preocupação de cerca de 5 mil produtores rurais em um relatório intitulado O que esperamos do próximo presidente, que será entregue aos partidos que apresentarem candidatos à corrida pelo Palácio do Planalto. ;Nenhum candidato pode desconsiderar a agropecuária, que representa um terço do PIB (Produto Interno Bruto), um terço dos empregos e 40% das exportações;, disse Kátia Abreu.

O documento, apresentado na quinta-feira, em São Paulo, tem 10 páginas com questões sobre meio ambiente, logística, qualificação profissional, tecnologia, política agrícola e insegurança jurídica. Sobre o último tema, a entidade criou, em fevereiro, um observatório de análise das invasões de terra no país e da demora na reintegração de posse das propriedades ocupadas. Outro tema de destaque diz respeito à mudança do Código Florestal.

Diante das propostas, representantes dos principais partidos no Congresso reagiram com diplomacia. O líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP), minimizou as críticas e atribuiu a polêmica das invasões de terras à gestão anterior, apesar de a oposição ter criado uma CPI para investigar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no governo Luiz Inácio Lula da Silva. ;Eu vejo as demandas como críticas apenas ao governo Fernando Henrique Cardoso. Porque, na nossa gestão, avançamos muito na agricultura comercial, com aumento de crédito e demarcação de terras na Amazônia, por exemplo;, afirmou.

Representantes do agronegócio, no entanto, discordam de Vaccarezza. ;Esses são os pontos principais que devem ser resolvidos: a questão do direito à propriedade e a questão ambiental. Se o próximo presidente não resolver isso, o setor não andará. Hoje não há segurança para se fazer investimentos. Alguém que quer ser presidente terá de se comprometer com os temas, caso contrário, não terá o apoio do setor produtivo;, reagiu o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC).

Chapa
Questionada sobre a possibilidade de ser a vice na chapa de José Serra, a senadora desconversou durante a coletiva de imprensa em que apresentou as propostas da CNA: ;Esse assunto não está na pauta, não será discutido;. O líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP), reforçou a tese de que não havia preocupação com o tema no momento. ;Acho que os pontos levados pela senadora, que representa o setor do agronegócio, são ótimos e muito bem colocados. O partido não terá nenhum problema em recebê-los e tratá-los com a importância que merecem. Agora, não é hora e nem há urgência para se tratar da formação da chapa. Ainda há um longo debate;, finalizou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação