postado em 02/04/2010 12:47
As negociações nas campanhas eleitorais entre partidos são mantidas independentemente de o candidato sair vitorioso ou derrotado. Quando as alianças entram na fase de detalhes, os políticos cobram cargos, espaços e indicações. Em dado momento, não é raro a campanha de cada candidato dispor de mais ministeriáveis, aqueles nomes cotados para ocupar cargos de destaque na próxima administração, do que vagas de fato. Petistas e tucanos viverão isso intensamente. Os quadros dos dois partidos vão se dedicar na campanha da ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do ex-governador de São Paulo, José Serra. Alguns deixaram escolhas próprias para mergulhar de cabeça no projeto alheio.
No caso da ex-ministra da Casa Civil, dez políticos apostam que se ela vencer terão papel de destaque. No PT, a lista é encabeçada pelo deputado e ex-ministro Antonio Palocci, homem forte da campanha. Também estão no barco o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, hoje um dos mais próximos da pré-candidata. Completam a lista o presidente do partido, José Eduardo Dutra, e o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza. Nos outros partidos, a lista crescerá, mas por enquanto traz o ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), o senador César Borges (PR) e o deputado Mário Negromonte (PP).
Essa lista não significa compromisso com nomes ou cargos, mas dá uma ideia dos integrantes prováveis da "turma da Dilma". O presidente Lula pediu que Paulo Bernardo permanecesse no governo não só para ser o homem forte dessa última fase, mas para ser a pessoa de confiança numa eventual transição. O ex-ministro de Minas e Energia já recebeu tantos elogios da ministra que foi lido por alguns peemedebistas como possível convite para se manter na equipe caso Dilma chegue ao Planalto.
José Eduardo Cardozo desistiu de concorrer à reeleição para se dedicar à eleição da ministra. Hoje, informalmente, ele deverá ser a pessoa responsável pelos assuntos jurídicos da campanha, que será coordenada por José Eduardo Dutra, presidente da Petrobras na época em que Dilma comandou o Ministério de Minas e Energia.
Esquerda
O ex-ministro Antonio Palocci é outro nome que desistiu de suas pretensões pessoais para se aprofundar na campanha. Ele, ao lado de Fernando Pimentel, será responsável pela interlocução com o empresariado. Além disso, os dois serão o contraponto à radicalização de alguns petistas, que esperam que uma eventual vitória os leve a fazer um governo mais de esquerda do que o do presidente Lula.
O ministro Carlos Lupi indicará um homem de confiança para participar da coordenação de campanha da petista. Provavelmente, o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, ocupará esse posto, mas apenas para fazer a ponte para Lupi voltar numa eventual vitória.