Politica

PT e PMDB fazem loteamento do segundo escalão

postado em 02/04/2010 12:54
A maior troca de cadeiras do segundo mandato do governo Lula ainda provoca disputas internas nos ministérios e nos partidos e dúvidas na ocupação de cargos estratégicos com bons salários. Embora os 10 novos mandatários da Esplanada já tenham tomado posse, três pastas não definiram quem substituirá os secretários executivos que foram promovidos a titulares dos ministérios.

É o caso das pastas da Integração Nacional, da Previdência Social e dos Transportes. As vagas podem ficar com os antigos chefes de gabinete, mas ainda não há definição, segundo a assessoria dos órgãos, e nem previsão para que ocorram as nomeações. Ontem, os novos ministros dedicaram o dia para reuniões e pequenos ajustes ; a orientação de Lula é a de que eles deem continuidade ao trabalho iniciado pelo antecessor.

Apesar de o presidente ter anunciado que técnicos ocupariam os cargos estratégicos, PT e PMDB continuam fortes na Esplanada, até na indicação dos secretários executivos. No Ministério do Meio Ambiente, a nova ministra, Izabella Teixeira, convidou o petista e ex-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA) José Machado para a segunda mais importante função do órgão. Apesar de aguardar a nomeação, ele participou ontem de reuniões no ministério.

O PT também exerceu influência na escolha do número dois da Secretaria Especial de Igualdade Racial. Subsecretário de Ações Afirmativas entre 2003 e 2005, na gestão da ex-ministra Matilde Ribeiro, João Carlos(1) Nogueira substitui no cargo de secretário adjunto Eloi Ferreira de Araújo, que tomou posse como ministro. Também petista, o secretário executivo adjunto do Ministério do Desenvolvimento Social, Rômulo Paes, vai ser promovido para ocupar a vaga deixada pela ex-secretária executiva Arlete Sampaio (PT-DF), que deixou o governo para ser candidata a deputada distrital.

Confiança
Já o PMDB deu aval para a promoção de José Antonio Correa Coimbra, ex-chefe de gabinete de Edison Lobão, ao cargo de secretário executivo do Ministério de Minas e Energia. Engenheiro civil e funcionário de carreira da Eletronorte há 30 anos, ele não é filiado ao partido, mas é um dos homens de confiança de Lobão. A nomeação deve ser publicada na semana que vem.

No Ministério da Agricultura, José Gerardo Fontelles deve ser mantido como secretário executivo. Durante a semana, chegou a ser cotado para o cargo de ministro, mas foi preterido por Wagner Rossi, que deixou na quarta a Presidência da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Servidor público há 40 anos e com perfil técnico, Fontelles não é filiado ao PMDB, apesar de ter bom trânsito com lideranças do partido. Ele foi braço direito do ex-ministro peemedebista Reinhold Stephanes, que deixou a função para ser candidato a deputado federal.

No Ministério das Comunicações, o secretário executivo Fernando Lopes de Oliveira também foi mantido. E na Casa Civil assumirá a Secretaria Executiva o subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais, Carlos Eduardo Esteves Lima.

1 - Prioridade zero
Sociólogo, professor universitário e autor de 12 livros sobre a temática racial, João Carlos Nogueira (PT-SC) retorna ao governo. Em 2005, ele havia se afastado para disputar a eleição para deputado federal no ano seguinte. Não foi eleito. Nogueira não vai disputar o pleito deste ano. Quer se focar na ;prioridade zero; da Secretaria de Igualdade Racial. ;Reverter o quadro de quase genocídio da população negra de 15 a 29 anos.; Vai trabalhar também pela aprovação do Estatuto da Igualdade Racial.

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