A discussão sobre os royalties, na opinião de Calheiros, deveria ficar para depois das eleições. Mas, sem acordo sobre o assunto, sequer com o líder da base aliada e colega de partido, Romero Jucá (PMDB-RR), o discurso do relator acabou sendo adiado. Na noite de hoje, Calheiros se reúne com Jucá e outros líderes, como o democrata José Agripino Maia (RN), para tratar do assunto.
Além de tentar convencê-los de que a melhor opção é deixar o debate sobre royalties para depois, o líder também procura um meio regimental para garantir que com a aprovação do regime de partilha no Senado, o projeto não precise voltar para a Câmara ; onde a questão tributária poderia tomar corpo novamente.
Na Câmara, o deputado Humberto Couto/ (PPS-MG), coautor da emenda que criou a nova divisão dos dividendos do petróleo, propondo uma distribuição igualitária entre todos os estados, já se pronunciou hoje dizendo que a ideia do senador é inconstitucional.
Diretamente envolvido na polêmica sobre a divisão dos royalties, o capixaba Renato Casagrande (PSB-ES) disse que os estados produtores ainda não desistiram de fazer um acordo para tentar salvar os dividendos que recebem pela exploração do petróleo em seus mares.
Segundo ele, a possibilidade de deixar essa decisão para depois das eleições não está descartada, mas o ideal seria resolver a questão agora. ;Se chegarmos a um acordo, votamos agora. Se deixarmos para depois é porque não conseguimos fazer um acordo. Só que ninguém tentou fechar esse acordo ainda;, disse Casagrande.
De acordo com ele, há o receio de que, após a aprovação do projeto de lei original do Poder Executivo, os senadores fiquem sem instrumentos para negociar a divisão dos royalties com o governo.