postado em 10/04/2010 08:31
Disposto a desfazer as desconfianças de que não trabalhará por José Serra na campanha presidencial, o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves mandou para a convenção dois banners de 1,8m cada com a inscrição "Nas montanhas de Minas, o caminho agora é Serra". A seu pedido, a faixa será colocada no pé da escada, passagem obrigatória dos convidados para o salão onde as autoridades vão discursar. Aécio será o penúltimo da lista. Em sua fala, reforçará o slogan. A intenção é dar um basta à versão de que o PSDB mineiro insufla movimentos como "Dilmasia ou Anastadilma", que a própria ex-ministra fez questão de declarar há dois dias. O episódio criou problemas para a candidata petista com o PMDB de Hélio Costa e com a própria legenda de Lula em Minas. O PT tem dois pré-candidatos ao governo estadual contra o governador Antonio Anastasia (PSDB).
Os tucanos de Minas querem mostrar que Dilma não tem tanto poder de fogo sobre os mineiros. Além disso, como candidato ao Senado, o projeto de Aécio é chegar a Brasília duplamente vitorioso: fazer o sucessor em Minas e, ao mesmo tempo, dar os votos para fazer de Serra o próximo presidente. E, nessa batida, conquistar a Presidência do Senado.
O governador mineiro será ainda fundamental para a definição do candidato a vice na chapa. Desde que ele recusou o convite, o assunto continua em suspenso. O DEM reivindica o posto e foi levantado o nome do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), primo de Aécio. Dornelles não estará hoje no lançamento de Serra, uma vez que seu partido não definiu quem apoiará na sucessão presidencial.
Mulheres
Uma das preocupações do PSDB é mostrar a vantagem de Serra no eleitorado feminino. Para isso, além de Fernando Henrique, dos presidentes do PSDB, do DEM e do PPS, além de Aécio, subirá ao palco para discursar a prefeita de Lagoa do Carro, Judith Botafogo, do agreste pernambucano. Vários estados organizaram caravanas de mulheres. De Santa Catarina virão 250 em ônibus fretados pelo PSDB estadual, não incluídos no custo do evento.
Os banners de Aécio também estão fora dos R$ 576 mil que o PSDB calcula gastar com a festa. O valor inclui 2.500 pedidos de hospedagem, o cachê da modelo Ana Hickmann, mestre de cerimônias do evento, e os gastos da Mix Brand Experience, de São Paulo. A empresa colocou quatro telões de led no salão principal, que serão abastecidos com mensagens do Twitter e de sites simpáticos ao candidato. Do lado de fora, prefeitos e cabos eleitorais vão aprender a lidar com redes sociais para alimentar desde já a campanha virtual.
Peleja pelo vice
O DEM finca os pés. Sustenta que só abrirá mão de indicar o vice na chapa de José Serra (PSDB) se o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) aceitar ser vice do ex-governador de São Paulo. Pelo menos esse é o discurso do líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC). Apesar de o partido reivindicar a vice, o DEM ainda não conseguiu emplacar um nome convincente. Bornhausen alega que o partido está escolhendo alguém que tenha "afinidade" com o tucano.