Politica

Lula parte em defesa de Dilma

Presidente intervém para conter danos causados nas viagens recentes de sua pupila e tenta evitar que palanques regionais sejam comprometidos

postado em 14/04/2010 08:30
Depois dos tropeços da candidata Dilma Rousseff (PT) com as viagens ao Ceará e a Minas Gerais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu a campo para tentar consertar os estragos. Ele orientou os partidos aliados e o PT a fazer uma reunião na próxima semana para acertar a agenda de Dilma. A ideia é que a ex-ministra limite as suas andanças pelo país a locais onde a briga entre os partidos não está tão acirrada. %u201CEla não foi tão feliz nos últimos dias, mas isso faz parte do aprendizado. É melhor que ocorra agora do que mais para frente. Nesse começo, nossa sugestão é a de que ela visite estados onde não há problemas. Sempre é bom começar pelo mais fácil%u201D, comentou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), evitando criticar a agenda anterior. A viagem de Dilma ao Ceará, por exemplo, só fez crescer o fosso entre PT e PSB no estado. O governador Cid Gomes (PSB) recebeu ontem a petista para um café na residência oficial, mas disse em alto e bom som que seu partido já tem um pré-candidato a presidente: seu irmão Ciro Gomes (PSB-CE). %u201CSe eu tenho candidato e meu partido tem candidato, não posso fazer cena com a ministra Dilma%u201D, disse Cid Gomes. Em Minas, a visita dela também acirrou os ânimos entre o PT e o PMDB, especialmente porque, depois da passagem de Dilma por Minas, o PT local anunciou que fará uma prévia em 2 de maio para escolher o seu candidato a governador e o PMDB tem o ex-ministro das Comunicações Hélio Costa como indicado da sigla ao governo mineiro. Outro estado onde os problemas cresceram ao ponto de exigir a interferência dos comandos partidários é o Amazonas. Lá, o plano era reunir todos os aliados em torno da candidatura do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR). Deu errado. O governador Omar Aziz (PMN), que assumiu o cargo este mês no lugar de Eduardo Braga (PMDB), está disposto a sair candidato à reeleição e já atraiu o PCdoB para o seu palanque, deixando PR e PT a ver navios. Na Bahia, onde o planejamento no ano passado era colocar todos os aliados em favor da reeleição do governador Jaques Wagner (PT), o desenho final promete ser bem diferente. São pelo menos oito estados com problemas (leia quadro). Agenda Os aliados, no entanto, não vão suspender a agenda de viagens de Dilma já programada para o fim desta semana. Hoje, a ex-ministra passa por São Paulo e, depois, segue para o Rio Grande do Sul, onde vai se encontrar com o pré-candidato do PT ao governo do estado, o ex-ministro da Justiça Tarso Genro. Depois, a previsão é uma visita a Salvador, onde Dilma terá que se desdobrar para atender Jaques Wagner e o ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB). No carnaval, a ida de Dilma ao circuito dos trios elétricos causou uma ciumeira no PMDB, porque ela almoçou com Wagner e desfilou com ele por vários pontos da cidade. Para Geddel, no carnaval, restou apenas um cumprimento protocolar no camarote da prefeitura no circuito de Campo Grande, bairro de onde saem os trios. Se a situação se repetir na próxima visita a Salvador, será mais um constrangimento entre PT e PMDB.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação