Politica

Deputado Geddel Vieira Lima critica governo petista na Bahia

postado em 15/04/2010 10:30
Candidato à reeleição, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), terá um duro embate pela frente e não será apenas com o DEM do ex-governador Paulo Souto. A depender do minicomício que o deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) fez para os colegas baianos no plenário da Câmara na noite de terça-feira, a briga será feia entre os aliados do presidente Lula. ;Qual a obra de Jaques na Bahia? Me digam: qual é a obra importante que ele fez? Não tem nada. O que saiu, saiu com o dinheiro federal;, afirmava Geddel, numa roda por onde passaram Colbert Martins (PMDB), Félix Mendonça (DEM), Marcos Medrado (PDT), João Carlos Barcelar (PR), entre outros conterrâneos do ex-ministro da Integração Nacional.

Como o nome do PMDB para concorrer ao governo da Bahia, Geddel tentava convencer seus colegas na Câmara que as pesquisas feitas até agora não podem ser tomadas como o resultado eleitoral. ;É óbvio que eu não vou aparecer bem agora. Um (Wagner) é governador. O outro (Paulo Souto) foi governador duas vezes. Como é que eu estaria bem? Eles têm recall, eu não. Mas eu vou ter 14 minutos na TV. Vocês vão ver: vai ser pau!”, prometeu o peemedebista, numa conversa presenciada ainda pela reportagem do Correio.

O ânimo de Geddel é um exemplo de como anda a relação PMDB-PT nos estados. Ontem à noite, a cúpula dos dois partidos faria uma reunião na casa do presidente da Câmara, Michel Temer, para tentar chegar a uma solução para o caso de Minas Gerais, considerado o mais grave.

O PMDB mineiro avalia que, se o PT mantiver a prévia de 2 de maio para escolher o candidato a governador entre o ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, a divisão da base estará selada. Até porque, avaliam os peemedebistas, será muito difícil o PT recuar de concorrer ao governo estadual, depois de uma prévia em que o vencedor discursará como candidato ao Palácio da Liberdade. ;Neste caso, teremos que buscar outra configuração;, diz o senador Hélio Costa (PMDB-MG), que saiu do Ministério das Comunicações para concorrer ao governo de Minas.

Hélio Costa não diz, mas muitos deputados mineiros afirmam nos bastidores que, se for para o PMDB não ter candidato ao governo estadual, a tendência do partido é buscar um acordo com o PSDB do ex-governador Aécio Neves. O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, está preocupado: ;Essa questão de Minas tem que ser resolvida o quanto antes;, afirmou ele, um dos convidados para a reunião de ontem à noite.

Além de Minas, o PMDB está preocupado com o Ceará, onde o partido insiste em lançar o nome de José Pimentel ao Senado e quer ainda a vaga de vice na chapa do governador Cid Gomes. No Paraná, o senador Osmar Dias (PDT) ofereceu a vaga de vice na sua chapa a Gleice Hoffmann (PT), só que os petistas querem que ela seja candidata ao Senado e, ao mesmo tempo, não se comprometem a votar no ex-governador Roberto Requião (PMDB) para a segunda vaga ao Senado.

Cenário parecido ocorre no Pará, onde os petistas querem o apoio do PMDB à governadora Ana Júlia Carepa, mas não se comprometem a votar em Jader Barbalho para o Senado. Para completar, no Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral, que disputa a reeleição, terá que dividir a candidata a presidente da República, Dilma Rousseff, com Anthony Garotinho (PR). É nesse cenário de desacertos que Geddel semeia a sua campanha ao governo da Bahia. E, se continuar assim, ele acredita que poderá ser o anfitrião do próximo carnaval baiano.

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