Politica

Dilma faz nova gravação em parque eólico gaúcho

Estado de Minas
postado em 29/04/2010 12:30
Porto Alegre - A presidenciável petista Dilma Rousseff visitou ontem um parque eólico em Osório (a 95 quilômetros de Porto Alegre) para gravar imagens que deverão ser exibidas no programa que o PT levará ao ar em 13 de maio. O programa é produzido pelo publicitário João Santana, marqueteiro de Dilma. A petista viajou ao Rio Grande do Sul em segredo. Ela participou de gravações entre o fim da manhã e o início da tarde.

O PT deverá levar à TV um programa focado na trajetória de Dilma, que nasceu em Minas Gerais e ganhou projeção política no Rio Grande do Sul. Terça-feira, como o Estado de Minas publicou copm exclusividade, ela participou de gravações no assentamento Pastorinhas, em Brumadinho.

A captação de imagens de Dilma diante dos aerogeradores, como são chamados os cata-ventos gigantescos que produzem energia a partir do vento, ocorreu em um momento em que o governo Lula é bastante criticado por ambientalistas por insistir na construção da hidrelétrica de Belo Monte (PA), na Amazônia.

A escolha de Osório obedeceu à lógica política de ligar Dilma a investimentos em energias renováveis. Trata-se do maior parque eólico da América Latina. As 75 turbinas instaladas são capazes de produzir 150 MW por ano ; o suficiente para abastecer uma cidade de 750 mil pessoas. Quando era secretária de Minas e Energia do governo do PT gaúcho (1999-2002), Dilma coordenou estudos do potencial de geração de energia eólica no litoral do Rio Grande do Sul.

Em junho de 2007, já como ministra-chefe da Casa Civil de Lula, Dilma foi à inauguração do parque de Osório, que teve apoio federal para sair do papel. O empreendimento, que pertence aos grupos Elecnor (Espanha) e Enercon (Alemanha), consumiu investimentos de R$ 670 milhões, sendo R$ 465 milhões (69%) financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Racha Integrante da base aliada do presidente Lula, o Partido Progressista(PP) está rachado em relação ao apoio à candidatura da petista ao Palácio do Planalto. Nos bastidores, a cúpula do PP já admite que o embarque na candidatura petista não tem maioria dentro do partido, o que leva a legenda a cogitar a possibilidade de se manter neutra nas eleições de outubro ou migrar para a candidatura José Serra (PSDB) ; se os tucanos formalizarem convite para o partido disputar a vice-presidência na chapa do ex-governador de São Paulo.

A Executiva Nacional do PP, reunida ontem, fixou o fim de maio como prazo para que os diretórios regionais do partido apresentem um relatório com detalhes sobre os impasses numa eventual coligação com o PT ou PSDB. "Assim poderemos pesar e avaliar o partido em âmbito nacional. Queremos que tragam os problemas de alianças para decidir", disse o presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ).

O senador reconhece que o cenário político mudou dentro do partido. Na última avaliação interna, a maioria da legenda era favorável à coligação com Dilma. Agora, o PP estima que um terço dos seus filiados apoie a aliança com o PT, enquanto outro terço se mostra favorável a Serra. O resto do partido defende a neutralidade.

"O partido está bem dividido. Vamos resolver tudo isso até junho", disse o vice-presidente da legenda, deputado Ricardo Barros (PR). Na reunião da Executiva, deputados do PP afirmaram que o convite para uma eventual composição de chapa com Serra não pode ser descartado. "Ficamos felizes com essa possibilidade, que ainda não ocorreu", disse o deputado Antônio Cruz (PP/MS).

O PP é cortejado pelo PT e pelo PSDB, especialmente pelo seu tempo no programa eleitoral de rádio e TV - estimado em cerca de 1 minuto e 20 segundos. O PSDB cogita a possibilidade de oferecer a vice-presidência a Dornelles para conquistar o apoio do partido, enquanto o PT trabalha nos bastidores para manter a fidelidade da legenda a Dilma.

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