Santos ; O clima de campanha eleitoral invadiu ontem o litoral paulista. Em busca de popularidade, a pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) desfilou pelas ruas do Centro de Santos. Fez corpo a corpo, tomou café com pastel num ponto tradicional, distribuiu beijinhos e posou para fotos. Até promessas para combater o crime organizado apareceram, como ;unir forças; e melhorar a remuneração de policiais. Sempre ao lado de outros dois pré-candidatos petistas: Marta Suplicy, que vai concorrer ao Senado, e Aloizio Mercadante, que está de olho no Palácio dos Bandeirantes e domina o reduto santista.
Ao passear pelas ruas de Santos, Dilma aproveitou para defender a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que fez a Lei da Anistia valer para todos no país, inclusive para os torturadores. A petista disse não ser a favor de ;revanchismo;. ;O que o Supremo decidiu está decidido. Trata-se da maior Corte do país e tem que ser respeitada;, defendeu. Dilma atuou contra a ditadura militar, chegou a ser presa e torturada.
No passeio pelas ruas de Santos, a pré-candidata conversou com eleitores e foi bastante cumprimentada, principalmente por mulheres. Uma delas chegou a pedir que a pré-candidata dançasse novamente o Rebolation, hit do carnaval baiano. Rindo, prometeu que faria mais tarde. Ao ser questionada se era mesmo ;dura;, conforme a fama que cai sobre as suas costas, Dilma defende-se: ;Você já viu algum ministro do Brasil, nos últimos 20 anos, ser chamado de duro? Eu nunca vi;, ressaltou. Ela justificou que a fama surgiu porque, no cargo que ocupava (Casa Civil), era obrigada a cobrar prazos. ;No governo, cobrei prazos. Se o Brasil não cobrar prazo, não existe gestão;, explicou.
Violência
Em entrevista a um jornal de Santos, Dilma disse que, se eleita, vai propor uma parceria entre União, Estados e municípios para combater o crime organizado e a violência no país. ;Só um trabalho conjunto seria capaz de desmantelar as estruturas do crime organizado e conter a violência. (...) Não se combate o crime se não juntarmos todo mundo;, disse.
Ao ser questionada por que essa ;união; não ocorreu no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma respondeu que a atual gestão conseguiu estruturar uma estratégia e um método de enfrentamento da questão da violência, que a ex-ministra considera ;gravíssima;. A pré-candidata disse ainda que defende uma espécie de ;blindagem; das instituições de segurança que atuam combatendo o crime organizado. ;Por isso que a gente concebeu a Força Nacional de Segurança Pública. É como se o Brasil se juntasse e formasse uma tropa de elite;, ressaltou. Ela reafirmou que o investimento em segurança pública foi de R$ 11,6 bilhões, considerado recorde.
Portos
Dilma ressaltou ainda que um dos caminhos para combater o crime organizado no país é remunerar melhor os policiais federais e estaduais. ;Temos que pagar bem o delegado, o oficial, os agentes da Polícia Federal e estimulá-los porque, afinal, eles são a grande arma para você combater as quatro redes que são a estruturação do crime: drogas, lavagem de dinheiro, contrabando de arma e política de extermínio;, disse.
A pré-candidata evitou falar do seu concorrente, José Serra (PSDB), mas aproveitou a visita a Santos para deixar claro que é contra a extinção da Secretaria Especial de Portos, prometida pelo pré-candidato tucano, caso seja eleito. ;Acho que essa secretaria é essencial. Não é compatível com o futuro do país o desmonte desse órgão, até porque o pessoal da secretaria está fazendo um bom trabalho;, ressaltou. A secretaria em questão foi criada em 2007 pelo presidente Lula para retirar a atribuição sobre os portos do Ministério dos Transportes e focar o setor mais na questão da infraestrutura.
De Santos, Dilma seguiu para as cidades de Cubatão, que é administrada pela prefeita Marcia Rosa Silva (PT), e depois para o Guarujá, que tem como prefeita Maria Antonieta de Brito (PMDB), mas que já foi do PT. Hoje, ela participa de quatro atos ao lado de Lula, em comemoração ao Dia do Trabalhador, em São Paulo
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