postado em 03/05/2010 13:48
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está atento para não incorrer no mesmo erro cometido em 2007, quando PSDB e DEM conseguiram extinguir a cobrança da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF). A líder do Congresso no Senado, Ideli Salvatti (PT-SC), disse nesta segunda-feira (3/5) à Agência Brasil que Lula lembrou o assunto na reunião da semana passada com senadores aliados ao cobrar unidade na votação das matérias que regulamentam a exploração de petróleo na camada pré-sal.;O presidente relembrou [na reunião] o episódio que custou o fim da CPMF quando não trabalhou a costura em sua base no Senado e perdeu tempo com a oposição;, afirmou a senadora. Segundo ela, desta vez os governistas estarão prontos para aprovar os projetos de lei, de acordo com o calendário previsto pelo governo: até o fim de maio.
Ideli Salvatti reafirmou que esta semana será estratégica para testar a unidade e a resistência da base governista uma vez que os senadores tucanos e democratas deverão esticar ao máximo as sessões de votação das medidas provisórias 472 e 473, que obstruem a pauta para reduzir o quórum e inviabilizar as votações. A MP 472 deve ser votada amanhã e a MP 473, na quarta-feira.
;Se quisermos cumprir o calendário da próxima semana temos que aprovar essas duas medidas provisórias. Será nosso teste de fogo;, disse a líder do governo. Ela destacou o impacto que uma eventual divisão na base aliada pode causar aos senadores candidatos nas eleições de outubro ; ponto destacado também por Lula na reunião da semana passada.
[SAIBAMAIS]Ao defender, na reunião, a exclusão do debate sobre a distribuição dos royalties entre estados e municípios, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), ressaltou que esse assunto não pode virar ;moeda eleitoral;. Na ocasião, o líder da maior bancada no Senado acrescentou que o debate sobre a transferência desses recursos deve ser feito após as eleições, aliada a uma revisão do repasse dos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
O peemedebista Valter Pinheiro (MS) não concorda. Para ele, qualquer previsão sobre o resultado das votações e cumprimento do calendário previsto pelo governo é prematura. Preocupado com a repercussão entre os prefeitos da possibilidade de receberem mais dinheiro com a redistribuição dos royalties, o parlamentar não sabe como colegas da própria base deverão se comportar.
;Os prefeitos estão de olhos nessa possibilidade. Se tiver uma mobilização de prefeitos no Senado, durante as votações, mela todo o acordo;, afirmou o parlamentar, acrescentando que eles terão um papel fundamental para quem quiser se eleger em outubro.