Politica

Ao lado de Serra, FHC diz que não se pode "dar um passo para a frente e outro para trás"

postado em 09/05/2010 08:28
A festa era para lançar a pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) ao governo de São Paulo, mas quem roubou a cena ontem foram o presidenciável José Serra (PSDB) e o presidente de honra do partido, Fernando Henrique Cardoso, que fez o discurso mais forte do dia. Em tom exacerbado, o ex-presidente disse que os tucanos podem fazer mais, melhor e com mais decência e lisura pelo país. ;O governo atual é titubeante. Não podemos mais ficar dando um passo pra frente e outro pra trás;, disse, referindo-se ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na fala mais contundente, Fernando Henrique pediu para os presentes votarem em Serra e Alckmin, caso contrário, ;Deus sabe o caminho que vamos ter com a inexperiência e falta de civilidade. (...) Queremos o Brasil em mãos limpas;, ressaltou. Nesse momento, o ex-presidente foi aplaudido de pé.

As críticas feitas diretamente à pré-candidata Dilma Rousseff (PT) ficaram a cargo do ex-governador Orestes Quércia (PMDB) e candidato ao Senado por São Paulo. ;Não é hora de improvisar. Não se pode colocar na Presidência alguém que pode ser até boa pessoa, mas não tem experiência. Não passou por nenhuma eleição. O alpinismo não começa pela maior montanha do mundo, mas sim pela menor;, criticou. Quércia aproveitou para ironizar o convite feito por Dilma ao presidente do PMDB, Michel Temer para ser vice em sua chapa. ;O sentimento do PMDB em todo o partido é fechar com José Serra. Em São Paulo, nós optamos pelo melhor caminho;, avaliou o peemedebista.

Serra também bateu na tecla de que Dilma nunca disputou uma eleição majoritária, mas evitou citar o nome da candidata. Disse que não transforma os seus adversários políticos em inimigos e que jamais faria um dossiê contra eles. ;Não demonizamos a oposição. Não praticamos a truculência, nem organizamos dossiês. Tratamos a oposição como uma força que tem legitimidade;, disse o tucano.

Prolixo
O discurso que menos prendeu a atenção da plateia foi o de Alckmin. Prolixo, as cerca de 5 mil pessoas que estavam na Expo Center Norte, na Vila Guilherme, Zona Norte, começaram a sair do local antes mesmo que o pré-candidato terminasse de falar. Ele também evitou criticar os adversários políticos. Nos raros momentos em que se referiu aos petistas, disse que não fará campanha baseada em promessas feitas em programa de televisão. ;Sinto que a confiança dos meus eleitores não é fabricada por planos mirabolantes e promessas de melhorar tudo para todos de uma hora para outra, como se para isso bastasse um gesto mágico, uma varinha de condão;, ressaltou, fazendo alusão aos programas de televisão do PT.

O slogan ;o Brasil pode mais; e ;São Paulo pode mais; foi repetido por todo o tucanato. Apesar de não ter apresentado nenhuma liderança feminina, os pré-candidatos ressaltaram várias vezes a importância da mulher na política e citaram várias vezes a mulher de Alckmin, dona Lu, e Deuzeni Goldman, esposa do atual governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB).

Diversidade na arquibancada
De olho nos mais variados tipos de eleitores, o PSDB paulista caprichou na diversidade na hora de compor uma arquibancada na qual estava todo o staff do partido. Intitulados como ;representantes da sociedade;, havia japoneses, negros, jovens malhados, um deficiente visual, dois cadeirantes, um homem obeso, um gay assumido, um padre de batina e tudo e um pastor que levou a Bíblia. Todos batiam palmas na ora que a claque mandava. Segundo a assessoria do PSDB, os ;figurantes; eram simpatizantes do partido e não receberam para ficar por mais de quatro horas sentados como se estivessem num programa de auditório.

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