Politica

Sem citar nomes, Serra critica Lula e Dilma ao questionar projetos do governo federal

postado em 15/05/2010 07:00
; Denise Rothenburg
Enviada especial

Rio de Janeiro ; Em discurso para a nata do empresariado carioca na Associação Comercial do Rio de Janeiro, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, tratou de desconstruir o governo Lula em vários setores ; mesmo sem citar o presidente ou a pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff. Serra falou que a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) ;foi destruída;; a Usina de Belo Monte, feita de forma ;apressada;, sem levar em conta questões ambientais e econômicas; e as obras nos aeroportos estão atrasadas porque o governo federal relutou em executar os projetos por meio de concessões.

Sobre a Funasa, Serra foi enfático: ;Em vez de saltar de endemia em endemia, salta de escândalo para escândalo;, afirmou o ex-governador de São Paulo, garantindo que, se eleito, esses cargos não serão loteados, assim como os das agências reguladoras. Ele considera o loteamento de diretorias das agências o caso mais ;dramático;, porque envolve cargos em que o indicado tem um mandato estável.

Antes de se referir ao loteamento, Serra criticou o excesso de cargos comissionados no Executivo. ;Há muita gordura;, criticou, defendendo o enxugamento desses postos na administração pública. E, ao falar da necessidade de gestão, aproveitou para fazer um afago no ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB), que, mesmo fora de cena, ainda é citado em conversas tucanas como um possível vice na chapa presidencial. ;É como se diz em Minas, no governo do Aécio: menos (gastos) com a máquina e mais com as pessoas.;

Serra aproveitou ainda para cutucar Lula ao citar o Tribunal de Contas da União (TCU), as autoridades da área ambiental e o Ministério Publico. ;Não adianta querer derrubar os Poderes da República, querer peitar e simplesmente não cumprir;, afirmou. Ele não disse, mas os tucanos perceberam que se tratava de uma referência ao fato de o presidente Lula ter determinado a continuidade das obras da Petrobras mesmo com o embargo do TCU.

Irritação
Logo depois do almoço, Serra concedeu uma entrevista coletiva, na qual se irritou com um repórter da Radiobrás que lhe perguntou se a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal estavam livres da privatização. ;Claro que sim, quem disse o contrário? De onde você é?;, questionou. Quando o rapaz respondeu ;Radiobrás;, Serra foi ríspido: ;Muito bem, então informe isso a seus patrões;.

Assim que terminou a coletiva, Serra seguiu para o estúdio da Rede Vida. Na entrevista à emissora, o tucano anunciou a intenção de criar órgãos para tratamento de viciados em drogas. ;Hoje, o Estado brasileiro não possui instituições públicas dedicadas a esses tratamentos;, disse. A entrevista irá ao ar na noite de segunda-feira, às 22h.


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