postado em 19/05/2010 15:09
A pré-candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, defendeu a convocação de uma Constituinte para que sejam feitas as reformas necessárias no país, como a tributária, politica e trabalhista.;Se fosse fácil, o sociólogo teria feito a reforma política, tributária e previdenciária. Se fosse fácil, o operário teria feito a reforma trabalhista. Isso não foi feito por nenhum deles. Por isso, temos que formar uma Constituinte e fazer as reformas que o Brasil precisa;, disse a senadora aos prefeitos da 13; Marcha a Brasília.
Ela se colocou contrária à aprovação de um novo imposto para a saúde. ;Não se pode mais ficar fazendo esses puxadinhos tributários. Dessa forma, não se encara o problema principal desse país que é a reforma tributária. Não é tão difícil de fazer. Questões mais difíceis e impopulares já foram aprovadas no Congresso;, disse a pré-candidata que preferiu se comprometer com a regulamentação da Emenda 29, que destina 10% das receita da União para gastos com saúde.
Marina Silva se emocionou ao falar de como se sentia ao disputar a Presidência fora do PT, partido que ajudou a fundar. E disse que abriu mão de uma reeleição certa para o Senado para enfrentar um ;golias; que seria a corrida pela Presidência da República. ;Não é fácil vir aqui, depois de 30 anos, sem ser mais do PT. Saí pela mesma razões que entrei: a luta pelo desenvolvimento sustentável. Quando me dizem que é a briga de Davi contra o Golias eu fico feliz, porque Davi ganhou;, disse Marina.
A senadora também disse estar cansada da rotina no Senado ao defender maior autonomia para os poderes. É preciso mais condições para que o parlamentar possa cumprir sua função. Os deputados e senadores vão ficando como vereadores de luxo aqui no Congresso. É necessário garantir que recursos possam ser destinados da forma mais republicana possível. Pires na mão não pode mais ocorrer, inclusive a atuação parlamentar;, disse Marina.
Marina se comparou a um bonsai ao falar de sua desilusão com o Parlamento. ;No Senado você vira uma plantinha, sentada na mesa e as pessoas cortam suas raízes. Prefiro ser uma relva no campo a um bonsai dentro de um palácio;, disse a senadora.
A candidata do PV disse ser contrária à distribuição equânime dos royalties e das participações especiais provenientes da exploração de petróleo entre estados e municípios. Marina defendeu o respeito aos contratos já firmados. Ela disse ainda que o ideal é que a discussão sobre esse assunto não seja feita neste ano por causa das eleições. ;É um debate que se torna contaminado. Cada um diz frases de efeito mais fortes para se beneficiar;, enfatizou.
Marina defendeu que os recursos da exploração de petróleo sejam investidos em tecnologias para a geração de energia com baixa emissão de carbono e isso serviria também para evitar catástrofes naturais.
A candidata também foi a favor de um cruzamento de contas entre os municípios, estados e União. ;O encontro de contas deve ser feito e é um compromisso. Não é fácil fazer. Para chegar a isso tem que ter um trabalho meticuloso de indivíduo a indivíduo, para saber quem está devendo. Quebra resistência não é fácil.
Por vários momentos Maria também criticou o depósito dos recursos da saúde em conta única dos estados de São Paulo, Minas Gerais, do Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Segundo ela, essa atitude dos governo desses estados fez com que os recursos não chegassem até os municípios. ;Colocaram no caixa único do estado, inclusive com aplicação desse dinheiro. Retiveram o dinheiro de vocês e por isso os recursos não chegaram para serem investidos;, denunciou.