Por causa da indiscrição, Capitão Assumção foi advertido por Temer. ;Quando fazemos reuniões de líderes, elas são sempre abertas, mas não é possível transmitir ou gravar. Isso não é útil para a harmonia da Casa. Por isso, em dois momentos fui obrigado a registrar que esse fato não poderia se dar;, disse o presidente da Câmara.
Temer explicou que estava negociando a formação de uma comissão para deliberar sobre a PEC dos policiais e que não poderia haver uma ;espécie de tentativa de insuflar mentalidades externas àquela discussão;. Mesmo com o episódio, Temer e os líderes decidiram formar a comissão para promover estudos e discussões a respeito da PEC e apresentar uma alternativa para sua votação.
Ao falar à imprensa, Temer reclamou da pressão que tem sido feita nos deputados para votar determinadas matérias. ;A pressão há de ser argumentativa, não uma pressão física e, lamentavelmente nos últimos tempos, tem havido uma espécie de pressão física aqui na Casa. E isso a presidência, os líderes e os deputados não vão tolerar;, advertiu.
Ao ser perguntado se a partir de agora será proibido participar de reuniões com telefones celulares, Temer afirmou: ;Pode levar o celular, mas deve ter a delicadeza de não gravar as reuniões, porque isso é coisa de araponga;, afirmou.
O líder do PSDB, deputado João Almeida (BA), deixou a reunião reclamando do colega Capitão Assumção, que gravou as falas dos líderes e transmitiu para policiais que seguem o microblog do parlamentar capixaba. ;Se alguém está participando de uma reunião, ele não pode distorcer ou antecipar informações sobre o que está acontecendo na reunião;.
O líder do DEM, deputado Paulo Bornhausen (SC), também criticou a atitude de Assumção que, segundo ele, distorcia as informações da reunião. De acordo com Bornhausen, o incidente causou mal estar entre os líderes, que demonstraram a intenção de diminuir o ritmo ou até parar as votações das PEC.