Politica

Dilma e Serra apresentam propostas de crescimento sustentável da economia

postado em 01/06/2010 09:47
São Paulo ; A pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), almoçou ontem com o milionário Eike Batista, o empreiteiro Marcelo Bahia e o empresário holandês Kees Kruythoff, além de outros integrantes da elite financeira do Brasil. Para o encontro, a petista levou seu coordenador de pré-campanha, Antonio Palocci, o pré-candidato ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, e a ex-prefeita Marta Suplicy.

O almoço com os empresários ricos ocorreu logo depois da participação de Dilma no fórum A construção da 5; maior economia do mundo, promovido pela revista Exame. A petista ficou ao lado de Eike e do economista e presidente da RGE Monitor, Nouriel Roubini. Apesar de estar ladeada de homens com muito dinheiro, o cardápio escolhido foi simples. A pré-candidata optou por filé mignon e um vinho chileno barato, cuja garrafa pode ser encontrada até por R$ 30. A simplicidade do almoço fora pré-acertada entre os assessores da ex-ministra e dos empresários milionários.

Da refeição, Eike Batista saiu impressionado com Dilma, que falou e gesticulou bastante no encontro. ;Ela acredita que vai consertar o Brasil. Dá para perceber uma vontade cívica nela;, disse a amigos logo após o almoço. No fim do encontro, Dilma apertou a mão dos milionários. Disse que gostaria de encontrar-se com eles em outro momento para discutir economia.

No fórum, Dilma defendeu para economistas e jornalistas o uso dos fundos de pensão para garantir os financiamentos de infraestrutura do país. ;A economia brasileira não pode depender apenas dos recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), pois os recursos são sempre para empresas privadas. Não podemos continuar assim;, disse a petista.

Segundo ela, algumas empresas utilizam o mercado de capitais para investir os recursos que recebem do governo. ;Não conseguiremos o funding (consolidação financeira das dívidas de curto prazo) da infraestrutura sem a presença dos fundos de pensão, atuando de forma mais forte. Há ainda a possibilidade do lançamento de debêntures e financiamento privado de longo prazo;, ressaltou. Pelas suas contas, o Brasil pode crescer 5% ao ano até 2014 sem aumentar a inflação. Para alcançar essa meta, disse a ex-ministra, os investimentos devem atingir 22% do PIB, o que contribuiria para que a oferta de crédito alcançasse 70% do PIB.

Dilma reiterou o seu compromisso com a política de metas de inflação, a manutenção do equilíbrio fiscal com a meta de superavit primário e a persistência do câmbio flutuante. Em discurso, disse ainda que o Brasil será uma economia desenvolvida, mas, para se chegar a esse patamar, é preciso erradicar a miséria, composta pela população com renda de meio salário mínimo por mês. ;O presidente Lula tirou 24 milhões de pessoas desta situação, mas ainda restam 53 milhões de brasileiros nesta faixa;, ressaltou.

Críticas ao governo
À tarde, o fórum recebeu o pré-candidato José Serra (PSDB). Em discurso, disse que, para se tornar a quinta economia do planeta o Brasil precisa crescer com uma taxa sustentada de 4,5% ao ano. Mas ele fez uma ponderação: ;Na época em que o crescimento per capita era de 7% ao ano, a população brasileira ainda crescia entre 2,5% e 3%;. Segundo ele, é preciso uma taxa de 20% de investimento público para conquistar a posição desejada. ;Existe um potencial de investimento privado muito alto, tem um potencial de poupança muito elevado. Se outras condições forem dadas, o investimento privado vai subir;, acredita.

Para Serra, o Brasil estagnou porque a infraestrutura no atual governo, como as concessões de estradas federais, foram ;muito malsucedidas;. Ele voltou a criticar a falta de planejamento no governo Lula. ;O que mais falta é planejamento das ações de governo. Na área privada, por exemplo, não vejo muito problema nesse aspecto (administração de estradas).;

MP a favor de multa
A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) enviou parecer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que recomenda multa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, e ao deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, por propaganda antecipada, durante as comemorações do Dia do Trabalho, em 1; de maio, em São Paulo. A manifestação do Ministério Público será anexada a três ações protocoladas pelo DEM. A PGE avalia que Lula fez propaganda de forma subliminar ao referir-se a Dilma como a pessoa capaz de dar continuidade às ações políticas de seu governo. (Diego Abreu)

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