postado em 01/06/2010 16:50
Em clima de campanha eleitoral, milhares de sindicalistas se reuniram hoje (1;), no estádio do Pacaembu, em São Paulo, para discutir e aprovar um documento com as principais reivindicações e propostas da classe trabalhadora. Embora parte dos presentes defenda a isenção partidária como forma de preservar a autonomia sindical em relação a governos, as manifestações de apoio ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva e à pré-candidata petista Dilma Rousseff deram a tônica do encontro. Organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) ocorreu 29 anos após a histórica assembleia unificada que, em 1981, que reuniu, pela primeira vez, os principais sindicatos brasileiros em luta pela redemocratização do país.
Segundo o presidente da CUT, Artur Henrique, o texto aprovado ao fim do evento será apresentado a todos os candidatos à Presidência da República, de quem os sindicalistas cobrarão o compromisso com a pauta apresentada. Segundo Henrique, a intenção é interferir no processo eleitoral por meio das sugestões dos trabalhadores e, posteriormente, cobrar do próximo governo a sua implementação.
Para Henrique, a união das cinco centrais em torno de um objetivo comum é um sinal da maturidade do movimento. ;Percebemos que se continuarmos lutando entre nós não vamos conseguir nada. A assembleia mostra a maturidade do movimento sindical para construir a unidade quando esta é do interesse da classe trabalhadora, mesmo com as diferenças de concepções e de práticas que continuam existindo entre as centrais;.
Discutida ao longo de quase seis meses pelos dirigentes sindicais, a agenda conjunta das entidades está dividida em seis eixos considerados estratégicos: crescimento econômico com distribuição de renda e fortalecimento do mercado interno; valorização do trabalho decente com igualdade e inclusão social; valorização do papel do Estado como promotor do desenvolvimento socioeconômico e ambiental; democracia com efetiva participação popular; soberania e integração internacional e garantia dos direitos sindicais e das negociações coletivas.
Cada eixo é dividido em vários tópicos que vão da defesa da jornada de trabalho de 40 horas semanais ao estabelecimento de limites às grandes propriedades rurais e à atualização dos índices de produtividade no campo, passando pelas reivindicações de universalização do ensino público e dos serviços de saúde, reformas tributária e política, fim das terceirizações e do fator previdenciário, entre outros pontos.