Isabella Souto
postado em 10/06/2010 07:00
Apontado como aquele que poderá acalmar os ânimos dos militantes do PT caso aceite compor a chapa encabeçada pelo senador Hélio Costa (PMDB) para a disputa pelo governo de Minas, o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias (PT) afirmou ontem em Belo Horizonte que não é ;salvador da Pátria; e que não é o ;responsável; pelo impasse vivido na aliança entre PT e PMDB. Para ser candidato a qualquer cargo político nestas eleições, ele terá que ser ;convencido; por meio de um programa de governo que contemple a área social e os ideais petistas.;Eu não criei essa situação. Eu vim, disputei abertamente e democraticamente as prévias. Não tive êxito e essa situação que nós estamos vivendo hoje não foi criada por mim;, disse o petista, referindo-se às prévias disputadas no início de maio para a escolha do candidato do partido a governador, em que foi derrotado pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel por 52% a 48%. Por enquanto, segundo Patrus, a sua colaboração para o partido se restringiria a ajudar a encontrar soluções para o imbróglio.
Patrus Ananias reforçou afirmação feita pela manhã no microblog Twitter, quando disse que sua primeira opção é não ser candidato a nada, dedicando-se apenas a trabalhos sociais e à vida acadêmica. ;Para mudar esse projeto, eu tenho que ser convencido em função de ganhos concretos para o povo de Minas;, completou. Nem mesmo um apelo do presidente Lula ; puro e simples ; seria suficiente para demovê-lo da ideia. Antes, seria necessário uma discussão programática.
;Não se trata de um pedido do presidente Lula. Trata-se de um projeto. Claro que é fundamental a participação do presidente Lula, como do vice-presidente José Alencar, para que nós possamos elaborar um projeto de governo e propostas. E é nesse processo que, se for bem conduzido, vamos avaliar se estaremos dando uma contribuição mais efetiva para o povo de Minas Gerais;, concluiu, lembrando que o prazo para definições de candidaturas é até o fim do mês e que poderá ajudar o partido apoiando aquele candidato que o PT apoiar, ou seja, Hélio Costa.
Pressão
Desde segunda-feira, quando as direções nacionais do PT e PMDB optaram pela candidatura de Hélio Costa a governador, a pressão para que Patrus Ananias integre a chapa cresce a cada dia. O PMDB estadual refez o convite ao ex-ministro e prometeu a ele liberdade total para conduzir a área social no governo, mas não ouviu o esperado sim. Também no Twitter, o senador Hélio Costa firmou o compromisso com a área que é a principal bandeira do PT. ;Nota 10 na Constituinte em defesa dos trabalhadores e das minorias. Tenho agora um compromisso com o projeto social de MG. O PT sabe disso;, afirmou Costa.
Um grupo petista ligado ao ex-ministro defende que ele dispute uma vaga à Câmara dos Deputados, acreditando que ele poderia repetir a história de 2002, quando foi eleito o parlamentar mais votado da história de Minas Gerais, com 520 mil votos. Com essa votação, o ex-ministro garantiu na época pelo menos duas cadeiras a mais para a bancada do PT mineiro na Câmara.