Politica

Marina Silva, do trabalho nos seringais acreanos à disputa pela presidência

postado em 10/06/2010 16:25
A senadora pelo Acre Marina Silva é a candidata à presidência da República do Partido Verde (PV) nas eleições de outubro. Ela deu os primeiros passos nos movimentos social e sindical ao lado de Chico Mendes, líder seringueiro assassinado em Xapuri, em 1988. Antes de chegar ao Senado, em 1994, foi vereadora em Rio Branco e deputada estadual pelo PT. Alfabetizada apenas na adolescência, é formada em história pela Universidade Federal do Acre e pós-graduada em psicopedagogia.

Marina começou a carreira política em seu estado, em 1984. Sua trajetória é marcada por defender o crescimento sustentável, com proteção do meio ambiente. No Acre, ela foi uma das fundadoras da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Chegou ao Senado com 36 anos, como a mais jovem senadora do país. Agora, parte para um desafio maior: disputar a presidência da República pela primeira vez.

De janeiro de 2003 a maio de 2009, Marina comandou o Ministério do Meio Ambiente, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ; primeiro cargo a ocupar no Poder Executivo. Em sua gestão, conseguiu reduzir os índices de desmatamento da Floresta Amazônica e criou o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade ; autarquia responsável por administrar as unidades de conservação, atividade antes desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

[SAIBAMAIS]Em 13 de maio de 2008, Marina se demitiu do comando do ministério, alegando enfrentar resistência de outros membros do governo para implantar a política ambiental. No ano passado, depois de quase 30 anos, desfiliou-se do PT. À época, argumentou discordar da proposta do partido de priorizar o desenvolvimento em detrimento da preservação ambiental.

Casada, Marina tem quatro filhos. Nasceu em Breu Velho, um seringal localizado a 70 quilômetros da capital acreana. É a segunda mais velha de uma família de sete mulheres e um homem. Aprendeu a ler e escrever somente na adolescência, quando foi morar em Rio Branco e entrou em contato com religiosos.

Até hoje, ela sofre problemas de saúde em consequência do seu trabalho nos seringais acreanos. Frequentemente, Marina é submetida a tratamento por causa de uma contaminação por metais pesados. Em 2007, integrou a lista das 50 pessoas mais influentes para ajudar a salvar o planeta, feita pelo jornal britânico The Guardian.

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