Para Adriana Perez, mesmo levando-se em conta suas implicações de natureza políticas, as discussões sobre o tema deveriam se dar ;longe do calor dos ânimos habituais em anos eleitorais;. Segundo a pesquisadora, o descolamento dos debates da proximidade das eleições permitiria ;uma discussão mais realista sobre o propósito do pagamento dos royalties aos estados e municípios produtores, analisando a sua distribuição segundo critérios técnicos e não políticos;.
Segundo a pesquisadora, na forma como a emenda foi aprovada, a decisão sobre o pagamento de royalties acarreta, ;obviamente;, a imediata perda de arrecadação para os estados produtores. No entanto, Adriana Perez admite que uma eventual sanção do projeto na forma como foi aprovado no Senado levaria à judicialização do tema, disse, diante da possibilidade anunciada pelos estados e municípios produtores de levar a discussão para aos tribunais superiores.
Mesmo evitando uma análise política sobre os benefícios ou malefícios da emenda, a pesquisadora lembra que o governo, para acelerar a exploração do pré-sal, poderia simplesmente baixar um decreto com novas regras de remuneração para a participação especial, que levasse em conta as mudanças de risco da atividade no país a partir do pré-sal. Assim o governo, por meio da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ;poderia continuar licitando blocos de exploração e produção de petróleo e gás por contratos de concessão, como já acontece atualmente;, disse.