Politica

Hélio Costa enfrenta resistência dentro do próprio PMDB

Estado de Minas
postado em 11/06/2010 14:02
Uma ferida mal curada no PMDB foi reaberta na quinta-feira indicando que, além da resistência no PT, o pré-candidato da aliança entre os dois partidos ao governo de Minas, Hélio Costa (PMDB), enfrenta problemas também dentro da própria casa na trajetória rumo ao Palácio da Liberdade. Deputados estaduais peemedebistas, que rivalizaram com Hélio Costa na disputa do ano passado pelo comando do diretório da legenda no estado, afirmam terem sido excluídos da pré-campanha, e duvidam da participação também da militância do partido caso o quadro não mude. Na briga pelo diretório estadual do PMDB em Minas, Costa apoiou o deputado federal Antonio Andrade, que venceu a disputa contra o deputado estadual Adalclever Lopes, apoiado pelo ex-governador Newton Cardoso.

A rusga interna do PMDB ficou evidente durante visita de Hélio Costa na quinta-feira à Assembleia Legislativa, exatamente quando o pré-candidato visitava deputados estaduais do PT para discutir a participação da militância do partido na campanha. Nenhum dos oito parlamentares peemedebistas acompanhou Costa. De última hora, alertado por um assessor que afirmou ser preciso ;apagar um incêndio;, o pré-candidato se dirigiu ao gabinete do líder da legenda na Casa, Vanderlei Miranda, que apoiou Adalclever nas eleições para o diretório estadual. A conversa durou cerca de 10 minutos.

Depois do encontro, o deputado afirmou que falta comunicação dentro do partido. ;Tem de haver uma verticalização, da Dilma (a ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata da base do presidente Lula ao Palácio do Planalto) até a bancada estadual. Caso contrário, não acredito que haverá entusiasmo da militância na campanha;, disse Miranda. O deputado comentou o encontro de última hora. ;Se vem à Casa e não nos comunica, é porque não temos nada com o assunto que veio tratar;, disse. Apesar de todas as críticas, Miranda disse ter deixado ;os problemas para trás;.

Outra frente



Na batalha para convencer a militância petista a entrar na campanha, Hélio Costa se encontrou com os deputados Durval Ângelo e Cecília Ferramenta. Tentou contato ainda com Maria Tereza Lara e André Quintão, que não estavam na Casa. Prometeu voltar na próxima semana. Costa negou problemas com a militância do PT e disse que, nas viagens pelo interior, é recebido por lideranças dos dois partidos. ;Confesso que não tenho visto essa dificuldade que tenho lido na imprensa sobre dificuldades com o PT. Viajei pelo interior na semana passada e fui recebido por lideranças e pela militância do PT e do PMDB. Todos os nomes mais importantes do PT estão em contato com nossas lideranças do PMDB;, afirmou.

A relutância dos petistas em participar da campanha de Costa, confirmada em conversas reservadas por integrantes do partido, tem duas raízes. A primeira surgiu dentro do próprio PT durante as prévias entre o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel para definição do pré-candidato do partido ao governo do estado. O ex-prefeito venceu e passou a disputar a indicação da aliança com Costa, que acabou escolhido a mando da direção nacional do PT nacional, sob protesto do comando estadual da legenda. A indicação do peemedebista em Minas entrou como negociação para fechamento da aliança nacional entre os dois partidos, que terá o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB) como vice de Dilma.

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