Politica

PMDB oficializa Michel Temer como candidato a vice na chapa do PT à Presidência

Partidos terão o maior tempo de TV na eleição

postado em 13/06/2010 07:30

Em uma festa ensaiada, o PMDB formalizou o nome de Michel Temer (SP) como vice da pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. Depois de muitos reveses internos, o PT fecha o casamento com o dote almejado: mais seis minutos de tempo de televisão e a capilaridade de um aliado que alcança o comando do maior número de municípios no país. Temer não era o noivo dos sonhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas, para o casamento de interesse, conseguiu convencer o partido a aprovar a aliança nacional e tem, segundo sua noiva, Dilma, uma ;importante; qualidade: ;Ele sabe ouvir, isso é muito importante;, afirmou a ex-ministra.

Temer não alcançou o objetivo de ser aclamado na convenção. O projeto ficou prejudicado pelo barulho organizado pelo ex-governador Roberto Requião (PR) e o militante Antônio Pedreira, que decidiram pressionar pela candidatura própria. Ainda assim, a vitória de ontem, com o placar de 560 votos contra 95 de Requião e 4 de Pedreira, mostrou que nem mesmo a ala dissidente tentou provocar a ira do presidente da Câmara. ;Foi Temer o grande artífice da unidade do PMDB;, discursou o presidente do Senado, José Sarney (AP).

Serra não detalhou o programa de governo, mas deixou claras algumas ações e metas para a área de educação, saúde e segurançaOs 473 militantes que compareceram (alguns tinham direito a mais de um voto) receberam duas cédulas. Uma tinha o nome de Temer e a indicação do presidente da Câmara como candidato a vice na chapa do PT, delegando à executiva nacional deliberações sobre as demais coligações. Na outra cédula, Requião e Antônio Pedreira apareciam como opções para ;presidente da República, sem coligação;. Grande parte das ausências sentidas na convenção vinham de estados insatisfeitos com a escolha de Temer. Em vez de protestarem, os delegados decidiram não comparecer, temendo represálias no futuro.

A ressaca da votação do pré-sal quase provocou queda de quorum de 88 delegados do Rio de Janeiro. O governador, Sérgio Cabral (PMDB), não apareceu, mas pediu que os delegados do estado votassem, segundo o vice-governador Luiz Fernando Pezão. ;O governador pediu que cada companheiro não deixasse de votar em homenagem ao presidente Lula, mas ninguém queria vir.;

Fissuras
A votação ;estupenda;, como resumiu Temer, não disfarça feridas regionais. Representantes dos estados reclamaram do resultado de alianças. Roseana Sarney (MA) tentava explicar o racha que o PMDB causou no PT do Maranhão e se irritou quando questionada sobre a utilização da máquina para obter apoio. ;Eu vou comprar gente que está do meu lado?; O governador do Paraná, Orlando Pessuti, reafirmou que concorre à reeleição e que o PT também não abrirá mão de candidatura no estado, mas avisou que se Requião quiser disputar o Senado em sua chapa, será bem-vindo.

Saudoso das disputas presidenciais, Sarney abriu sorriso ao cumprimentar os peemedebistas com um ;brasileiros e brasileiras;. A saudação ganhou em Dilma versão inspirada em Lula, com um ;companheiros e companheiras;. O ex-presidente resumiu a pré-candidata como uma ;sacerdotisa; da administração pública. ;É uma mulher que no calor da juventude viveu as paixões da política com intensidade, mas não guarda ressentimentos."

Ouça trechos da entrevista com o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão

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