Politica

Congresso e o Executivo param para acompanhar a estreia da Seleção

Presidenciáveis enaltecem com timidez a vitória. Na Câmara teve até bolão

Ivan Iunes
postado em 16/06/2010 08:31
Na mesma medida em que o país parou para ver a estreia do Brasil na Copa, o meio político seguiu a corrente e não ficou alheio à partida. Enquanto o Senado encerrou o expediente antes do jogo, os deputados ainda abriram uma sessão extraordinária depois da partida. Os presidenciáveis Marina Silva (PV), Dilma Rousseff e José Serra (PSDB) assistiram ao embate contra a Coreia do Norte em diferentes partes do mapa, mas os três comemoraram com reservas a vitória brasileira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma pausa no expediente e, ao lado de sete ministros, prestigiou a primeira partida da seleção no Palácio da Alvorada.

Quase em uníssono, os políticos que assistiram ao jogo da Seleção enalteceram a vitória da equipe, mas pediram melhorias na atuação dos jogadores. Dos presidenciáveis, Marina viu o jogo em São Paulo e comentou pelo Twitter as atuações dos ;santistas; Elano, que não joga mais no Santos, e Robinho. ;Para começo de conversa, está bom. Firmes na torcida, inclusive para melhorar;, escreveu a candidata. No Rio de Janeiro, o tucano Serra aceitou convite da presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, acompanhou a partida no bar Plataforma, no Leblon, e disse que o time ainda está ;esquentando os motores;. Em viagem a Paris, Dilma Rousseff assistiu à partida em uma casa de shows, o Cabaret Sauvage. Vestida à rigor, foi acompanhada por assessores. A petista não se mostrou muito animada com a atuação da seleção brasileira. ;O importante foi ganhar.;

No Palácio da Alvorada, Lula assistiu ao jogo com vários ministros. Estiveram na residência oficial Fernando Haddad (Educação), Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento), Carlos Eduardo Gabas (Previdência), Márcio Fortes (Cidades), José Artur Filardi (Comunicações), Paulo Vanucchi (Direitos Humanos), Altemir Gregolin (Pesca) e a ministra Nilcéa Freire (de Políticas para as Mulheres). O presidente não opinou publicamente sobre a atuação da equipe, mas Paulo Vanucchi revelou que Lula aposta em melhorias ao longo da competição. ;O presidente achou que pode não ter sido uma vitória como os brasileiros gostariam, mas acha que, de jogo em jogo, o rendimento vai melhorar;, relatou.

Cafezinho
Enquanto o Senado liberou os servidores e fechou o expediente antes mesmo de iniciar a partida, um grupo de aproximadamente 10 deputados assistiu ao jogo do cafezinho do Plenário. Os políticos até armaram um bolão, vencido por Hugo Leal (PSC-RJ), que levou R$ 500 para casa. O deputado Paulo Maluf (PP-SP) ganhou R$ 400, por ter acertado quem faria o primeiro gol do Brasil no Mundial. Devido ao clima de Copa, os líderes pretendem votar na semana que vem matérias importantes, como os royalties do pré-sal e a PEC 300, que institui o piso salarial para policiais e bombeiros militares. Amanhã, os líderes partidários se sentarão à mesa para discutir a votação de três medidas provisórias, que trancam a pauta da Casa.

Para começo de conversa, está bom. Firmes na torcida, inclusive para melhorar;
Marina Silva, candidata do PV à Presidência

Na ressaca pelo jogo da Seleção, uma sessão extraordinária na Câmara dos Deputados virou palco para acusações entre petistas e aliados. Em greve de fome desde a semana passada, o deputado federal Domingos Dutra (PT-MA) cobrou que a direção nacional do partido reconsidere a decisão de intervir no diretório da legenda no Maranhão. Em reunião na semana passada, os caciques petistas forçaram o apoio dos maranhenses do partido à reeleição de Roseana Sarney (PMDB) ao governo estadual. O preferido dos militantes no estado é o deputado federal Flávio Dino (PCdoB-MA) .

Desde sexta-feira, Dutra e um dos fundadores do PT no Maranhão, Manuel da Conceição, estão em greve de fome e passam os dias no plenário da Câmara. A pressão para que o diretório nacional do partido reveja a intervenção em favor de Roseana incluiu um discurso forte, ontem. ;Nós vamos morrer aqui para que se respeite a legalidade partidária, para que se respeite a democracia. Nos matem;, desafiou Dutra.

Latifúndio
Inimigo político do clã Sarney, o deputado federal disparou contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), além de alvejar Roseana. ;Filiem o Sarney no PT, mudem o nome do PT, porque a Roseana Sarney é a favor do latifúndio, é a favor dos poderosos, é da corrupção;, disparou.

O deputado em greve de fome e o preterido pelo PT no estado, Flávio Dino, também reclamaram que não conseguem ser recebidos nem pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, nem pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra. A direção nacional da legenda alega que o apoio a Roseana era essencial para a aliança presidencial entre petistas e o PMDB. Entre reforçar a campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência e sustentar Dino, o diretório nacional preferiu isolar o aliado. ;Eu não posso conceber que a direção nacional do PT tenha decidido por um caminho em nome de conveniências perversas. O diretório nacional desrespeitou estatutos, regulamentos, a lei, inventou uma intervenção que não existe;, disparou Dino. (II)

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