postado em 23/06/2010 13:36
A chapa dos sonhos de PT e PMDB finalmente deve ser oficializada na quarta-feira da semana que vem, quando os dois partidos fazem convenção conjunta na Assembleia Legislativa de Minas. A madrinha e principal motivadora da aliança, a candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT), vem a Belo Horizonte selar a coligação que terá como candidato ao governo o senador Hélio Costa (PMDB) e como vice o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias (PT). Os três tiveram a última reunião terça-feira, em Brasília, para acertar os detalhes da aliança, mas evitaram falar com a imprensa.Como exigência para compor a chapa, Patrus Ananias quer a integração da campanha de Dilma com a de Minas Gerais. A candidata vem à convenção para chancelar a campanha casada com os mineiros. Além da coordenação conjunta na corrida aos palácios da Liberdade e do Planalto, Patrus vem tratando de questões programáticas com Hélio Costa. Conseguiu a garantia de um programa de governo voltado prioritariamente para a área social e quer ainda levar marcas do PT, como o orçamento participativo, para a gestão estadual, caso a dupla seja eleita.
Patrus segue nesta quarta-feira para Bocaiúva, no Norte de Minas, para ter pessoalmente a bênção da mãe, dona Maria Tereza Patrus Ananias, de 84 anos, que, conforme antecipou o Estado de Minas, vai apoiar a decisão do filho. No domingo, durante o encontro estadual do partido, o ex-ministro disse que suas chances de compor a chapa estavam em 90% , faltava apenas a bênção da mãe, sem a qual não toma nenhuma decisão importante. Só depois do encontro, o ex-ministro anunciará oficialmente sua posição.
Uma conversa com Dilma, depois de obter do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, a garantia de campanhas integradas nos planos regional e nacional, é o último acerto partidário que faltava para respaldar a decisão de Patrus. O ex-ministro, que disputou com o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel a vaga de candidato ao governo de Minas, agora é visto como peça chave para unir a legenda e os partidos aliados ao presidente Lula no estado. Isso porque, depois da imposição do nome de Hélio Costa como cabeça de chapa pelo PT nacional, as feridas estavam abertas e os articuladores da candidatura temiam o pouco empenho da militância na campanha.
Em visita a Minas, Dilma e o presidente Lula disseram que Patrus Ananias era o nome preferido para ser vice na chapa da base aliada. O ex-ministro conseguiu agregar apoio de todos os setores do PT e trazer de volta alguns aliados que já caminhavam para a campanha adversária, do governador Antonio Augusto Anastasia.
O presidente do PT, deputado federal Reginaldo Lopes, dá como certa a participação de Patrus na chapa e diz que o próximo passo é discutir a campanha e a proposta de governo compartilhadas. Os dois partidos estão criando um organograma com 15 coordenações de diversas áreas, como logística, comunicação e mobilização. (Com Ivan Iunes)