Estado de Minas
postado em 24/06/2010 20:29
O PRB vive uma crise interna às vésperas de decidir qual rumo seguir na disputa pelo governo de Minas Gerais. A quatro dias da convenção em que cerca de 200 filiados votarão se o partido estará ao lado do pré-candidato do PMDB, Hélio Costa, ou do governador Antonio Anastasia (PSDB), a legenda tenta encontrar uma saída honrosa para um possível recuo nas declarações anteriores de apoio à reeleição do tucano. Elas teriam desagradado ao vice-presidente da República José Alencar ; principal estrela do partido ;, que defende a coligação com o PMDB.;O vice-presidente (José Alencar) ficou aborrecido (com declarações de apoio ao PSDB), o que desencadeou uma série de conversas e articulações;, afirmou na quarta-feira uma fonte ligada a Alencar. Até por fazer parte do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a direção nacional do PRB vem defendendo alianças que representem a base aliada do Planalto. Outro ponto em discussão é a coligação para a chapa de deputados, pois o PRB não abre mão de uma aliança que o ajude a conquistar cadeiras no Legislativo. Na quarta-feira, o presidente estadual da legenda, Rogério Colombini, negou qualquer conflito e afirmou que não há nada definido no partido, o que ocorrerá na convenção.
PDT
Depois de flertar com o PMDB, e até cogitar lançar candidatura própria, o PDT poderá oficializar esta quinta-feira apoio ao PSDB na disputa pelo Palácio da Liberdade em outubro. Como o partido participa do governo do presidente Lula e já decidiu aderir à candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff (PT) ao Palácio do Planalto, o PDT, poderá, portanto, ser mais um partido a adotar o chamado Dilmasia, ou seja, a campanha por Dilma e, em Minas, pela reeleição do tucano Antonio Anastasia. O PSB, do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, também já sinalizou que vai apoiar Dilma e Anastasia.
O posicionamento do PDT foi definido na noite de terça-feira em reunião do presidente nacional da legenda, o ministro do Trabalho, Carlos Luppi, e o presidente estadual da legenda, Paulo César Freitas. Também participou o presidente estadual licenciado do cargo, Manoel Costa, secretário de estado para Reforma Agrária. Segundo Manoel Costa, a decisão do PDT deverá ser comunicada esta quinta-feira durante encontro com Anastasia, que dependeria apenas da agenda do governador.
Já Freitas afirmou que apesar de faltar ;alguns detalhes;, a tendência é a confirmação do Dilmasia. O partido tem esperanças de que o vice de Anastasia seja um integrante do partido, indicando os deputados Zezé Perrella e Mário Heringer. Freitas lembrou que o partido participa da base do governo do estado há sete anos.
PR
No PR, a questão vai ficar para a convenção marcada para domingo. Depois de um grupo de 58 prefeitos, dos 73 do partido, declararem apoio ao governador Anastasia, os deputados federais também voltam a se movimentar para garantir a coligação com os tucanos. O partido chegou a anunciar que ficaria neutro na eleição majoritária e estaria com o PSDB na eleição para a Câmara dos Deputados. Uma semana depois, no entanto, o presidente da legenda Clésio Andrade voltou atrás e aprovou na Executiva a aliança com o PMDB de Hélio Costa. A briga agora será no voto. Os deputados federais se reuniram na quarta-feira em Brasília. Eles dizem que praticamente todos preferem a aliança com Anastasia ; segundo Clésio, seriam 4 a 3.
Mais do que afinidades, o problema para os parlamentares é matemático. Nos bastidores, já fizeram as contas e temem perder cadeiras em uma eventual coligação com o PMDB. Nela, com PR e PCdoB, a conta é de um coeficiente eleitoral de 105 mil votos, com um total de 13 eleitos na chapa. Pelos cálculos dos deputados, isso lhes tiraria três deputados. Já participando do chapão do PSDB, com DEM, PP, e PRB, a margem de votação seria de 90 mil e o grupo faria 22 cadeiras. Com isso, teria garantida a reeleição dos sete atuais mandatários.