Politica

Candidata do PV não engrena nas intenções de voto

Mas candidata mantém a crença de que pode romper o tom plebiscitário do pleito

postado em 25/06/2010 08:35
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, continua estável. No último ano, oscila entre 9% e 12% das intenções de voto dos principais institutos de pesquisa do país. Mas ;estagnação; ou ;estabilidade;, num contexto em que o PT e o PSDB polarizam a disputa nacional, são termos que os verdes querem evitar. Principalmente num cenário em que petistas e tucanos reúnem 93% do tempo do horário eleitoral gratuito da propaganda política que irá ao ar a partir de 15 de agosto. Sem coligação, o PV, que em 2006 elegeu 13 parlamentares, terá aproximadamente 50 segundos dentro dos 20 minutos dos blocos do horário eleitoral que vão ao ar três vezes por semana.

Nem por isso Marina Silva se abate. A retórica de campanha é coerente com um partido que, neste momento, se propõe a alavancar uma bancada federal forte na Câmara e, por isso, optou por lançar candidatura própria aos governos de quase todos os estados. Quando instada a avaliar o seu desempenho eleitoral, ela dispara: ;A avaliação é positiva. As pessoas não querem ver que estamos progressivamente avançando, em que pese ser uma candidatura que não tem as estruturas de quem está no governo federal, ou, como é o caso do Serra, que é candidato desde que perdeu as últimas eleições;.

Marina, que ontem fez corpo a corpo no centro de Belo Horizonte, rebate prontamente o argumento de que sua campanha esteja estagnada: ;Quando tinha 3%, as pessoas diziam que estava estacionada nos 3%. Depois fomos para 5% e disseram o mesmo. Aí, a gente foi para 8% e o discurso não muda. Tomara que eu estacione em 51%, que é para ganhar em primeiro turno;, brincou. Para Marina Silva, sua campanha já ;furou; a polarização entre PT e PSDB. ;Ter chegado a 12% no Datafolha e 9% no Ibope é algo consistente. A sociedade brasileira está revogando o plebiscito;, disse.

Margem
No staff de Marina, o discurso é similar. O candidato a vice, empresário Guilherme Leal, tem expectativa de alavancar a companheira, mesmo com pouco tempo de televisão. ;Não temos mais do que os outros, mas vamos ter tempo de televisão, o que é muito para nós, que não tivemos até agora chance de nos fazer conhecidos;, afirma. Segundo ele, 36% do eleitorado que não declaram intenção de voto em Marina Silva estaria disposto a votar nela se a conhecesse melhor. ;Portanto, temos entusiasmo;, diz.

Também o vice-presidente nacional do PV, Alfredo Sirkis, afirma que há potencial de crescimento da campanha de Marina. ;A rigor, a campanha não começou. Estamos em plena Copa do Mundo, muita água vai rolar debaixo da ponte;, diz ele. Segundo Sirkis, enquanto no país Marina mantém entre 9% e 12% das intenções de voto, no Rio ela chega a 22% das preferências.

STF nega mandado contra o Ficha Limpa
O Supremo Tribunal Federal negou ontem a primeira ação que contesta a lei do Ficha Limpa. O ex-presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo José Carlos Gratz (PSL), que teve o mandato cassado, entrou com mandado de segurança na Corte, no qual pedia que fosse reconhecido seu ;direito líquido e certo; de ter a candidatura deferida. O ministro José Antonio Dias Toffoli negou o pedido e alegou que não compete ao STF julgar mandados de segurança contra ato de outro tribunal. Na semana passada, o TSE decidiu que a lei que proíbe a candidatura de políticos condenados por decisão colegiada terá aplicação imediata.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação