Jornal Correio Braziliense

Politica

PP adota neutralidade

Com os diretórios divididos entre PT e PSDB, direção da legenda opta por deixar as coligações a cargo das conveniências regionais

Último partido a divulgar a decisão para as eleições presidenciais, o PP anunciou neutralidade no pleito de outubro, mas pode confirmar apoio informal a Dilma Rousseff (PT) em 7 de julho. A executiva nacional tem encontro marcado para a data, dois dias depois do início da campanha oficial, para definir se apoia informalmente a petista. A decisão foi uma saída diplomática encontrada pelo presidente da legenda, Francisco Dornelles (PP-RJ), para evitar atritos tanto com tucanos quanto com petistas. O senador fluminense é íntimo de quadros do PSDB, mas a maioria dos progressistas preferia Dilma.

Segundo cálculos internos do partido, a petista teria o apoio de 20 diretórios regionais, contra 7 de José Serra (PSDB). A conta apertada fez com que o partido liberasse os estados para formarem as coligações de acordo com as circunstâncias eleitorais de cada região. Em tese, a saída do partido das alianças formais favorece, em parte, a petista. Sem o PP na fatia referente ao horário eleitoral, o tempo do partido, estimado em 1min10s, é distribuído entre as legendas com bancadas federais, fechadas em coligações para a Presidência. A divisão é proporcional, de acordo com a representatividade na Câmara dos Deputados. Como Dilma é apoiada por PMDB e PT, os dois partidos com as maiores bancadas da Casa, ela terá cerca de 60% do tempo antes destinado ao PP.

O vice-presidente do PP, deputado federal Ricardo Barros (PR), indica que o partido não terá uma convenção oficial ; o prazo para agendar um encontro já findou. Assim, cada estado estará livre para compor o palanque mais conveniente. ;Todos estarão liberados para apoiarem a situação que for melhor para o partido nos estados. Nossa intenção é a de aumentar nossa bancada tanto na Câmara quanto no Senado;, afirmou Barros.