Politica

Convenções estaduais no PR, em TO, em SC e no RJ definem, hoje, as costuras finais para a corrida às urnas

Ivan Iunes
postado em 30/06/2010 08:40
No último dia de prazo para a realização das convenções, quatro estados têm encontros partidários marcados para hoje, ainda com cenário eleitoral encoberto. No Paraná, Rio de Janeiro, Tocantins(1) e Santa Catarina, a lista de candidatos ao governo estadual tem de ser fechada hoje, a despeito das inúmeras divergências que ainda cercam partidos aliados. Nacionalmente, a única legenda que realiza convenção é o DEM, ressentido de não poder escolher o vice de José Serra (PSDB).

No caso fluminense, o ex-governador Anthony Garotinho aguarda decisão judicial para decidir se tenta ou não voltar ao Palácio Guanabara. O nó mais apertado está no Paraná, onde Osmar Dias (PDT) tornou PMDB e PT reféns de sua indecisão entre tentar o governo ou a reeleição ao Senado. O presidente do PDT, Carlos Lupi, realiza uma reunião hoje no estado para tentar encontrar uma saída ao imbróglio causado por Osmar Dias. Único nome capaz de unir os partidos que compõem a aliança nacional de Dilma Rousseff (PT) no estado, Dias reluta em aceitar a candidatura ao governo paranaense, de olho na possível indicação do irmão Álvaro Dias (PSDB-PR) para vice de Serra.

Lupi questiona os argumentos do correligionário. ;Por que uma candidatura secundária, a vice, vira mais importante do que uma prioritária, ao governo? É isso que estamos tentando descobrir. Qualquer que seja a decisão dele, se é sair para o governo ou tentar a reeleição para o Senado, o partido decidiu que ele terá de fazer campanha para Dilma. Ele não vai se coligar ao Beto Richa (candidato do PSDB ao governo);, pressiona o dirigente do PDT.

A saída de Osmar, segundo os tucanos, abriria caminho para que Serra tivesse mais votos na região e deixaria PT e PMDB à deriva. Caso o senador do PDT desista da candidatura ao governo, os peemedebistas tentarão reeleger o atual governador, Orlando Pessutti. Do outro lado da mesa, os petistas lançariam o ex-prefeito de Londrina Nedson Micheletti, mas capitalizariam todos os esforços na campanha de Gleisi Hoffmann ao Senado. ;Estamos reféns da decisão do Osmar Dias. Sem ele, temos de trabalhar para gerar um segundo turno no estado e isso é mais fácil com candidatos do PMDB e do PT;, indica o deputado federal André Vargas (PT-PR). Para o presidente do PT, José Eduardo Dutra, é grande a indefinição. ;A decisão do Osmar Dias vai sair por pênaltis depois da prorrogação;, ironiza.

Retirada
Em Santa Catarina, o PMDB nacional recuou da ameaça de intervenção por entender que uma demonstração de força poderia prejudicar a candidatura de Dilma ao Planalto e dar fôlego à ala da legenda favorável a Serra. ;O pessoal do PMDB que apoia a Dilma acha que seria melhor como está porque a intervenção ficaria ruim. Vai acabar ficando como está;, diz Dutra. Com isso, o PMDB indica Eduardo Pinho Moreira como vice de Raimundo Colombo (DEM) ao governo contra a senadora Ideli Salvatti (PT). Os petistas esperam que a base peemedebista se mobilize em favor de Dilma.

Também em compasso de espera, o ex-governador fluminense Anthony Garotinho atrela a definição de seu futuro político a uma decisão judicial. O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro tornou o político inelegível, por irregularidades durante as eleições de 2008. Garotinho recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral e espera uma liminar que o libere para participar do pleito. Caso o sinal verde da Justiça seja divulgado antes da convenção do PR, marcada para hoje, ele sai candidato ao Palácio Guanabara. Se a decisão atrasar, o ex-governador tentará uma vaga na Câmara, para tentar aumentar a bancada federal do PR.

1 - PT define o apoio por Gaguim
Em reunião ontem, o PT decidiu abandonar a candidatura própria ao governo do Tocantins e apoiar a reeleição do governador Carlos Gaguim (PMDB). A decisão foi tomada para favorecer a candidatura de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto. Os petistas se contentaram com a vaga ao Senado. O martelo foi batido em reunião entre o secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo, e o presidente da Câmara e vice na chapa de Dilma, Michel Temer, entre outras lideranças.

Matemática da incerteza

Vence hoje o prazo para a realização das convenções partidárias. Em pauta, a decisão das chapas que disputarão as eleições de outubro. Ainda há obstáculos por superar

Paraná
Convenção do PDT decide se o senador Osmar Dias será candidato ao governo ou ao Senado. Dias aguarda a definição do vice do candidato do PSDB à Presidência, José Serra. Se for sacramentado seu irmão Álvaro Dias (PSDB) como companheiro da chapa tucana, ele sairá ao Senado. O PDT impõe que Osmar apoie a petista Dilma Rousseff.

Rio de Janeiro
O ex-governador Anthony Garotinho aguarda definição da Justiça Eleitoral sobre a possibilidade de concorrer. Se o Tribunal Superior Eleitoral der liminar favorável, sairá candidato ao governo. Caso contrário, disputará uma vaga na Câmara dos Deputados.

Santa Catarina
A cúpula do PMDB regional quer se coligar com o DEM, que lançará ao governo o senador Raimundo Colombo. Os caciques nacionais peemedebistas ameaçaram intervenção, mas recuaram por entender que acabaria por dar fôlego aos favoráveis à candidatura de José Serra (PSDB) ao Palácio do Planalto.

Tocantins
Para fortalecer a candidatura de Dilma Rousseff (PT), a direção regional do PT decidiu abrir mão da candidatura própria ao governo e apoiar a reeleição do governador Carlos Gaguim (PMDB). Os petistas vão disputar uma vaga ao Senado.

DEM
As turbulências sobre a indicação do senador Álvaro Dias (PSDB) como vice de Serra estremeceram a relação com o principal partido aliado dos tucanos. O DEM decide se mantém o apoio mesmo sem
a vaga de vice ou se rejeita a aliança.

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